Família do advogado chinês Gao Zhisheng tem permissão para visitá-lo na prisão

22/01/2013 16:20 Atualizado: 22/01/2013 16:20
Gao Zhisheng (The Epoch Times)

Faz um ano que o advogado de direitos humanos Gao Zhisheng está detido na remota Prisao Shaya na província de Xinjiang e apenas recentemente sua família foi autorizada a visitá-lo pela segunda vez. Seus pedidos têm sido negados desde março de 2012 e, sem notícia, a família temia o pior, sabendo que ele já havia sido vítima de severas torturas.

Gao Zhisheng, às vezes chamado de “a consciência da China”, foi preso, perseguido e torturado desde 2005, após defender praticantes perseguidos do Falun Gong, uma disciplina espiritual pacífica, e outros grupos visados pelo regime chinês.

O irmão mais velho de Gao Zhisheng disse à Rádio Som da Esperança (SOH) em 18 de janeiro que tentava visitar o irmão detido há um longo tempo e, só depois de ameaçar apelar a Pequim, as autoridades permitiram que sua família pudesse visitá-lo na prisão.

Geng He, a esposa de Gao Zhisheng, que atualmente reside nos Estados Unidos com os filhos, afirmou que as autoridades comunistas chinesas têm medo que sua família possa expor a situação de seu marido para a comunidade internacional se o visitarem.

Seu irmão mais novo e padrasto viajaram uma longa distância para vê-lo, mas foram concedidos apenas uma visita de meia hora sob monitoração e controle rigorosos.

Durante a breve reunião, Gao Zhisheng só pôde perguntar sobre o bem-estar da família. Suas únicas palavras para sua esposa foram para cuidar bem dos filhos e não se preocupar muito com ele.

Geng He disse à Rádio Free Asia (RFA) que antes desta visita a prisão havia proibido-os de fazer qualquer pergunta sobre o tratamento de Gao Zhisheng; violar essa regra levaria ao encerramento imediato da visita, disse ela.

Durante a reunião, o irmão de Gao Zhisheng perguntou se ele podia ler jornais ou assistir televisão, mas foi abruptamente interrompido antes que ele pudesse responder; um guarda se intrometeu dizendo que ele não tinha permissão.

Geng He disse à RFA que a família fez grandes esforços para poder vê-lo. A viagem através da remota região de Xinjiang até prisão é dura e leva cerca de 10 dias. O aspecto mais importante do encontro era verificar se Gao Zhisheng ainda estava vivo.

A SOH entrevistou vários conhecidos ativistas chineses dos direitos humanos após a curta reunião na prisão.

Hu Jia, um ativista dos direitos humanos de Pequim, disse que nos últimos oito anos, Gao Zhisheng tem sofrido tortura brutal constantemente por parte das autoridades comunistas chinesas.

Ele disse que Gao Zhisheng está trancado num local designado pelos uigures locais como uma “prisão terrorista”.

“O mal do Partido Comunista Chinês (PCC) é totalmente implementado pelo Sistema Central de Propaganda e Política e os Comitês Judiciais. Independente deles serem censores da internet ou da mídia, da polícia política ou local que bloqueia peticionários, o mal é implementado por meio desses vários indivíduos. Então, quando nos deparamos com essas pessoas más, temos de compreender, fundamentalmente, que o mal é o sistema, o maligno PCC”, disse Hu Jia.

De acordo com o advogado dos direitos humanos Tang Jingling de Guangzhou, que está familiarizado com a perseguição do PCC aos prisioneiros da consciência, Gao Zhisheng muito provavelmente sofre “controle estrito” e tortura.

Tang Jingling acrescentou que o “controle estrito” implementado pelas forças de segurança é muito cruel: a vítima é proibida de falar com outros ou é frequentemente confinada em solitária numa cela pequena ou às vezes numa gaiola com espaço limitado, onde não pode ficar de pé ou mesmo se sentar ou deitar. Com o tempo, é agonizante, disse Tang Jingling.

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