Autoridades temem que familiares deixem suas casas durante o 18º Congresso do PCC
A família de Li Hongkui, um praticante do Falun Gong que foi torturado até a morte há dois meses na prisão de Daqing, na cidade de Harbin, capital da província de Heilongjiang, tem sido frequentemente perseguida pelas autoridades e ainda mais recentemente. Aparentemente, as autoridades estavam com medo de que a família recorresse a Pequim durante o 18º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCC) e, então, enviaram pessoas a sua casa que batiam repetidamente na porta e ameaçavam prender a esposa de Li Hongkui e seu filho se fossem sair.
Bai Qun, a esposa de Li Hongkui, explicou à Rádio Som da Esperança (SOH), “O diretor local das forças de segurança veio a nossa casa na tarde de 2 de novembro. Ele disse que a Agência 610 o havia enviado. Ele perguntou se tínhamos dificuldades na vida e se poderia nos ajudar. Eu disse que não tínhamos registro de residentes permanentes aqui e não estávamos sob sua jurisdição e que ele também não conseguiria cuidar de nossos problemas.” A Agência 610 é o órgão do PCC criado com o objetivo de “erradicar” a prática espiritual do Falun Gong. Ela tem precedência sobre todos os departamentos do PCC e do Estado no que diz respeito à perseguição ao Falun Gong.
A Sra. Li, seriamente doente por causa de um acidente de trabalho, esperava que o marido cuidasse da família após ser libertado da prisão. “Tenho estado doente por muitos anos. Minha empresa me ignora e não me compensa pelas despesas de medicação. Eu esperava que meu marido cuidasse de mim quando voltasse, mas ele foi morto cerca de um mês atrás quando estava prestes a ser libertado”, disse a Sra. Li.
Li Hongkui deveria ser libertado em 21 de setembro após uma longa prisão ilegal de 7 anos, mas sua família recebeu a notícia de sua morte em 28 de agosto.
No Hospital Daqing, sua família viu que sua cabeça estava enrolada com gaze espessa. Uma laceração de três centímetros atrás da orelha direita de Li Hongkui sugeria uma tentativa de lhe arrancar a orelha. Seu tornozelo direito estava algemado à grade da cama. (Fotos)
Seus familiares suspeitam da morte súbita de Li Hongkui. Eles escreveram cartas em 7 de setembro à prisão de Daqing, ao governo da cidade de Daqing e ao Comitê dos Assuntos Político-Legislativos de Daqing, apresentando 14 inconsistências a respeito da morte de Li Hongkui e pedindo a prisão de Daqing que desse uma resposta por escrito. Não houve resposta.
A Sra. Li disse, “O dia seguinte que os oficiais [das forças de segurança locais] foram embora, o Departamento de Justiça de Daqing nos convocou. Eles começaram a nos assediar todos os dias. Oficiais da segurança batem em nossa porta diariamente – uma, duas, três vezes.”
Li Xuan, o filho de Li Hongkui, disse à SOH, “Quando voltei para casa na noite de 10 de novembro, eu vi uma pessoa do trabalho de minha mãe, Gang Xu, de pé em nossa porta. Ele me pediu para dizer a minha mãe que sempre que ela sair pela porta, ela será detida. Eles me disseram ontem [13] que se eu saísse, eles me deteriam. Eles planejam nos vigiar até a conclusão do 18º Congresso Nacional.”
Mãe e filho vivem sem recursos há um longo tempo. Agora, o filho não se atreve a sair de casa. No entanto, ambos estão determinados a encontrar justiça para Li Hongkui.
Li Hongkui era um engenheiro notável nos Correios de Harbin e por 14 anos, de 1978 a 1991, recebeu o Prêmio de Funcionário de Destaque. Depois que o PCC lançou a perseguição ao Falun Gong em julho de 1999, Li Hongkui foi preso três vezes e condenado à prisão duas vezes. Segundo o website Minghui, ele suportou tortura desumana pelos 10 anos que passou na prisão.
Na noite de 13 de agosto, apenas cerca de 30 dias antes de sua sentença de prisão encerrar, sua família foi informada de que ele foi enviado para o Hospital No. 4 de Daqing para uma cirurgia por causa de uma hemorragia cerebral. Li Hongkui faleceu em 28 de agosto de 2012.
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