O advogado e ativista cego Chen Guangcheng com sua esposa e dois filhos embarcaram num avião no aeroporto de Pequim na tarde de 19 de maio e estão a caminho de Nova York.
Antes de voar, Chen disse ao Epoch Times via telefone que deixou o hospital Chaoyang logo após o meio-dia e que a equipe do hospital acompanhou ele e sua família ao aeroporto: “Estou no aeroporto agora. É nossa família de quatro pessoas. Nós já recebemos nossos passaportes”, disse Chen. “Agora, minha mente está repleta de milhares de pensamentos. Meus parentes em casa todos sabem de minha partida. Eu liguei para minha mãe e família para me despedir deles.”
O advogado de direitos humanos Jiang Tianyong disse ao Epoch Times que Chen embarcou num avião às 15:45 em 19 de maio e o voo decolou às 17:10. Jiang disse que as autoridades deram um prazo muito curto a Chen, e ele saiu às pressas quase sem nenhuma preparação para o voo fora da China.
Chen disse antes de voar que estava muito preocupado com seu sobrinho Chen Kegui. “Espero que os amigos possam continuar a prestar atenção a sua condição. Minha família ficou confinada na vila”, disse Chen.
O destino de seu sobrinho está na balança, como sua recentemente escolha de representação legal negada pelos tribunais locais controlados pelas autoridades comunistas. Após a ousada fuga de Chen Guangcheng, agentes à paisana da polícia invadiram a habitação rural de seus familiares e bateram na família de Chen Kegui. Numa segunda ocasião, Chen Kegui tentou defender sua família dos ataques e atacou os invasores com facas de cozinha. Ele agora enfrenta acusações de “homicídio doloso”, embora ninguém tenha morrido.
Uma fonte disse a Radio Free Asia que um funcionário do Partido visitou Chen Guangcheng em 16 de maio e fez um acordo com o ativista sobre o destino de Chen Kegui, que dependerá da forma como Chen se comportar quando estiver nos Estados Unidos. “Se Chen quebrar o acordo, Chen Kegui receberá uma sentença pesada… Se Chen seguir o acordo, ele terá uma sentença leve”, disse a fonte a RFA.
A fuga de Chen Guangcheng da prisão domiciliar no último mês e os seis dias passados no interior da embaixada norte-americana em busca de segurança trouxe a atenção do mundo para os abusos dos direitos humanos na China.
Uma fonte disse Ming Pao de Hong Kong que o caso de Chen é “muito especial” e passou por procedimentos especiais para acelerar o processamento. “Hoje é sábado e os jornalistas estão todos tendo o dia de folga. No momento que perceberem o que aconteceu, Chen já terá deixado a China”, disse a fonte.
Segundo a fonte, Chen foi capaz de obter um passaporte rapidamente porque as autoridades queriam que ele saísse antes de 4 de junho, aniversário do Massacre da Praça Tiananmen de 1989, “para assim não agitar as coisas demais”.