Um dos segredos mais bem guardados da China na década de 90 foi o Falun Gong. Seja chamando-o de prática de meditação, disciplina espiritual ou um tipo de qigong, o certo é que cerca de 100 milhões de pessoas na China o praticavam em meados de 1999.
No entanto, mesmo que 1 em cada 13 chineses praticassem o Falun Gong, ele era quase desconhecido fora da China, até que o Partido Comunista Chinês (PCC) o proibiu em julho de 1999 e instituiu uma ampla e brutal campanha de perseguição que continua até hoje.
Um componente-chave de toda campanha de perseguição do PCC é inundar a mídia – ondas de rádio, impressa, internet… – e canais diplomáticos com propaganda falsa. Um dos principais alvos da propaganda anti-Falun Gong foi a imprensa estrangeira, que não tinha outra fonte de informação e acabava reproduzindo e ajudando a estender a campanha do regime de dentro para fora da China. Assim, a primeira e frequente forma de exposição ao Falun Gong que muitas pessoas fora da China tiveram foi uma imagem intencionalmente distorcida e coreografada pela mídia controlada pelo PCC e seus agentes.
Em outras palavras, tudo que você aprendeu até agora sobre o Falun Gong pode ser impreciso.
Mente e Corpo
O Falun Gong refina ou cultiva tanto a mente quanto o corpo, o que torna difícil para a terminologia ocidental classificar adequadamente. Ele é uma prática espiritual ou uma série de exercícios físicos? A resposta correta é “sim”, pois ambas são características ou partes integrantes do Falun Gong.
Há cinco exercícios no Falun Gong. Quatro são feitos em pé e um deles é uma meditação com as pernas cruzadas. Suaves e lentos, eles têm nomes como “Circulação Celestial Falun”, “Penetrando os dois extremos cósmicos”, etc. As pessoas frequentemente relatam sentir-se revigoradas e energizadas após os exercícios.
O ponto-chave dos ensinamentos: o Falun Gong considera que o princípio fundamental do universo é “Zhen-Shan-Ren”; ‘Zhen’ traduz-se como verdade e veracidade; ‘Shan’ é a compaixão, benevolência e bondade; ‘Ren’ é a tolerância, paciência e perseverança. Seus ensinamentos expõem seus desdobramentos em grande profundidade.
Desenvolvimento inicial
Por milhares de anos na China, práticas espirituais foram transmitidas quietamente de mestre para discípulo.
O professor ou mestre do Falun Gong, o Sr. Li Hongzhi, aprendeu a prática privadamente e, em seguida, apresentou-a ao público e ensinou-a a quem quisesse aprender a partir de maio de 1992.
O Sr. Li atravessou a China algumas vezes até o final de 1994, realizando 54 seminários de 8 a 10 dias de duração onde quer que fosse convidado. Ele dissertou sobre os princípios, ensinou os exercícios e respondeu a perguntas no último dia de cada seminário.
No início, apenas algumas centenas participaram de cada seminário, mas até o final de 1994, salões com capacidade para vários milhares se encheram, enquanto a divulgação de boca em boca precedia suas visitas.
Pessoas contavam a familiares, amigos e vizinhos sobre como suas doenças, desde problemas de pele a problemas cardíacos, foram atenuadas ou desapareceram. Elas também relatavam como, seguindo os ensinamentos, puderam melhorar o relacionamento com cônjuges e colegas de trabalho e comumente adquiriam um estado de paz e relaxamento mental.
A prática continuou crescendo, espalhando-se de boca em boca, de dezenas de milhares que atenderam pessoalmente as palestras do Sr. Li em 1992-1994 até dezenas de milhões em meados de 1999. Praticantes incluíam idosos e jovens, professores universitários e camponeses e até generais e membros do Partido Comunista.
Locais de prática surgiram espontaneamente em parques públicos por toda a China. Assistentes voluntários ensinavam recém-chegados como fazer os movimentos e levavam um tocador de CD ou outra forma de áudio para tocar a música que acompanha os exercícios.
Após fazerem os exercícios em conjunto, enquanto alguns praticantes iam para o trabalho, quem podia se sentava junto e lia o livro principal da prática, o “Zhuan Falun”, de autoria do Sr. Li. Refinar a mente e o caráter vem por meio do estudo deste livro e de outros ensinamentos – cujos textos estão disponíveis gratuitamente online – para então aplicar o compreendido na vida diária.
Disseminação global
Praticantes do Falun Gong levaram a prática consigo para suas universidades e empresas fora da China, com muitas universidades hospedando clubes estudantis que praticam o Falun Gong. O Sr. Li deu um seminário completo na Suécia no início de 1995 e falou em conferências realizadas por estudantes nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Alemanha e outros lugares, antes que o PCC começasse sua campanha de perseguição em 1999.
Hoje, o website Falundafa.org lista locais de prática regular em cerca de 70 nações e afirma: “Todas as atividades do Falun Dafa são gratuitas.” (Falun Dafa é outro nome para o Falun Gong. “Dafa” significa “grande caminho”.)
O número de pessoas que praticam fora da China cresce mesmo que a proibição e a perseguição continuem na China. A evidência do crescimento é difícil de precisar, já que números exatos não são mantidos por qualquer pessoa e todos são livres para praticarem ou não conforme sua vontade.
—
Epoch Times publica em 35 países em 21 idiomas.
Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT
Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT