Manifestação marca 13 anos de opressão contra a prática espiritual
OTTAWA – Praticantes do Falun Gong em Ottawa, Canadá, se reúnem em frente à embaixada chinesa ao meio-dia em 20 de julho para marcar o 13º aniversário da perseguição do grupo na China pelo regime comunista.
Os participantes do comício pediram o fim da perseguição dos adeptos da crença espiritual, também chamada de Falun Dafa. Eles solicitaram também ao ministro das Relações Exteriores canadense John Baird, que está atualmente visitando a China, para fazer uma declaração a seu homólogo chinês sobre os direitos dos praticantes do Falun Gong e a posição do Canadá sobre os direitos humanos e a liberdade religiosa.
“Por trás da fachada de lojas Starbucks e da Apple se esconde outra ‘moderna’ China, composta de centros de detenção improvisados, campos de trabalhos e celas de confinamento solitário cheias de centenas de milhares de praticantes do Falun Gong”, disse Lucy Zhou, na leitura de uma declaração que representa os praticantes do Canadá.
“Hoje, os praticantes do Falun Gong compreendem o maior grupo de prisioneiros da consciência na China e, talvez, do mundo”, disse ela.
“Os guardas espancaram e atormentaram-nos com métodos que lembram mais as câmaras de tortura medievais do que muitos esperariam da segunda maior economia do século 21. Arrancar as unhas, aparelhos de estiramento, sodomia e bastões elétricos estão entre as técnicas usadas.”
Ela também se referiu a provas de investigações internacionais de que os prisioneiros do Falun Gong foram mortos por seus órgãos.
Uma extensa investigação canadense foi conduzida por David Kilgour, ex-membro do Parlamento e ex-secretário de Estado para a Ásia-Pacífico, juntamente com o advogado internacional de direitos humanos e membro da Ordem do Canadá, David Matas. O relatório e posterior livro, “Colheita Sangrenta”, detalha com evidências materiais o que tem sido corroborado por outros investigadores independentes.
Zhou observou que os médicos que realizam estas operações e todos os cidadãos da China estão “entre as vítimas da perseguição”, pois têm sido enganados pela propaganda de ódio orquestrada pelo Estado para perseguir seus concidadãos.
Kathy Gilles, uma praticante do Falun Gong de Ottawa, disse numa entrevista que estava no evento para apoiar os praticantes na China que sofriam opressão brutal por 13 anos.
No entanto, eles continuam a usar meios pacíficos para resistir e explicar a verdade sobre as atrocidades cometidas contra eles e sobre a bondade da disciplina espiritual por todos.
Sua coragem levou mais e mais cidadãos chineses nos últimos meses a apelarem às autoridades pela libertação de um amigo ou colega de trabalho do Falun Gong preso por sua crença.
“Eu tenho muitas palavras para dizer aos praticantes na China, gratidão, em sua maioria, e admiração por sua força”, disse Gillis.
Gillis é uma das artistas da Exposição Internacional Arte do Falun Gong de Zhen-Shan-Ren (Verdade-Compaixão-Tolerância).
A exposição, em homenagem aos três princípios fundamentais da prática espiritual, apresenta pinturas e esculturas de artistas profissionais que praticam o Falun Gong.
Na exposição, “dizemos a verdade sobre nossa prática e sobre a perseguição”, disse Gillis. “Nós também dizemos a verdade sobre não desistir e ter esperança e coragem.”
Como estas são as aspirações e preocupações de pessoas em todo o mundo, incluindo os canadenses, Gillis disse que espera que Baird transmita a mesma mensagem às autoridades chinesas em sua visita à China.
“Espero que ele esteja expressando o que os canadenses realmente querem”, disse ela. “Espero que ele esteja olhando para o panorama geral dos canadenses e não apenas para os interesses das empresas.”
“Tenho visto nestes 13 anos de perseguição o que os praticantes na China têm enfrentado”, disse Hector Reyes, outro praticante do Falun Gong de Ottawa.
“Eles foram torturados até a morte, economicamente esmagados… Alguns perderam sua família, sua casa, entes queridos, apenas porque praticam o Falun Gong, que é uma forma espiritual e pacífica de viver.”
Reyes acrescentou, “É muito importante para nós realizarmos estas manifestações pacíficas para que as pessoas fiquem cientes do que está acontecendo na China.”
“Temos visto nestes vários anos a perseguição de praticantes do Falun Gong, cristãos, tibetanos e muitas outras pessoas”, disse ele.
“Gostaríamos de pedir ao ministro John Baird para simplesmente abordar essas questões de direitos humanos na China em sua viagem. Acho que isso trará muitos benefícios para os canadenses e para o povo chinês.”