Falhas do Egito se tornam golpe de propaganda para mídia estatal chinesa

08/07/2013 14:58 Atualizado: 08/07/2013 14:58
Um cartaz abandonado do ex-presidente egípcio Mohammed Morsi. Após a deposição de Morsi, a mídia estatal chinesa produziu editoriais alegando que o caos no Egito era prova do fracasso da democracia ocidental (Spencer Platt/Getty Images)
Um cartaz abandonado do ex-presidente egípcio Mohammed Morsi. Após a deposição de Morsi, a mídia estatal chinesa produziu editoriais alegando que o caos no Egito era prova do fracasso da democracia ocidental (Spencer Platt/Getty Images)

Após a queda do presidente egípcio Mohamed Morsi, que foi democraticamente eleito; a mídia estatal chinesa publicou editoriais alertando sobre as falhas da democracia ocidental e afirmando que a democracia não é uma “cura universal” para os males enfrentados pelos países em desenvolvimento.

O caos do Egito seria prova de que essa “exportação da democracia não é uma garantia para curar todas as doenças e não pode resolver os problemas difíceis enfrentados por diferentes países em desenvolvimento”, disse a Xinhua, uma mídia estatal porta-voz do regime chinês.

“Alguns países ocidentais deveriam usar a situação no Egito como exemplo para refletir seriamente, acordar e não criticar prontamente outros países. Isso também lhes permitiria salvar um pouco as aparências”, continuou a Xinhua.

O jornal estatal bilíngue Global Times também publicou um editorial proclamando que “os países que simplesmente copiam o estilo ocidental se lamentam”; enquanto o Diário de Pequim disse que os países “não deveriam ter uma crença supersticiosa ou adorarem reverentemente a receita que os países ocidentais têm oferecido”.

A edição internacional do Diário do Povo escreveu que os países em desenvolvimento “percebem que a prosperidade econômica, a estabilidade social e a segurança do Estado são tarefas importantes e muito mais cruciais do que o estilo ‘uma pessoa, um voto’ da democracia ocidental”.

O Wen Wei Po, um jornal pró-Pequim de Hong Kong, disse que Hong Kong deve aprender com o caos que se seguiu ao sufrágio universal no Egito, advertindo que “ações irrealistas e radicais podem provocar prejuízos e choques difíceis de corrigir para a estabilidade social de Hong Kong e para sua subsistência econômica”.

Dias antes, dezenas de milhares de residentes de Hong Kong participaram de uma grande manifestação para pressionar por eleições diretas. Atualmente, o chefe-executivo da cidade é eleito por um comitê que representa menos de 0,02% da população total de Hong Kong.

Muitos internautas chineses reagiram furiosamente a esses editoriais. Hu Ziwei, uma popular apresentadora de TV com mais de 340 mil seguidores em sua conta no Sina Weibo, postou a seguinte mensagem: “Pergunte aos cidadãos egípcios se eles querem voltar à era Mubarak. Pergunte também aos cidadãos iraquianos se eles querem voltar à era Saddam. Ou pergunte aos russos sobre Stalin e aos líbios sobre Kadafi. Eles sempre pensam que podem esconder os próprios males sociais da China zombando dos pequenos problemas dos outros.”

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