Fábulas de Esopo: um modo inteligente e moral de ensinar as crianças

01/04/2014 05:16 Atualizado: 01/04/2014 05:16

Esopo (620—560 a.C.) foi um escravo contador de histórias que viveu na Grécia Antiga. A ele se atribui a paternidade da fábula como gênero literário. Seus contos se disseminaram em muitas línguas pela tradição oral.

Nas histórias de Esopo, os animais falam e têm características humanas: são sábios ou tolos, bons ou maus,… A intenção de Esopo era, por meio de fábulas, ensinar às crianças como agir moralmente, aconselhá-las a agir de forma sábia e reta. Toda fábula de Esopo tem uma mensagem moral, a famosa frase final: “moral da história”.

La Fontaine escreveu: “Acho que devemos colocar Esopo entre os grandes sábios que a Grécia tanto se orgulha. Ele ensinava a verdadeira sabedoria, e a ensinava com muito mais arte do que os que usam regras e definições”.

Quem nasceu antes de 1960, com certeza, já ouviu várias fábulas de Esopo, pois elas eram contadas nas escolas primárias. Algumas das fábulas de Esopo mais populares são: A cigarra e a formiga, A tartaruga e a lebre, O vento norte e o sol, O menino que gritava lobo, O lobo e o cordeiro.

Veja algumas fábulas de Esopo:

As rãs no Açude:

O Sol de verão secara o açude onde duas rãs moravam. Elas se olharam e partiram em busca de outro charco. Pararam diante de um poço bem fundo, uma disse à outra:
– Como vamos descer?
Ao que a outra respondeu:
– E se de novo a água secar?

Moral da história: Seja prudente em tudo o que você fizer!

O cavalo e o asno:

Um homem tinha um cavalo e um asno. Certo dia, quando ambos caminhavam por uma estrada, o asno disse ao cavalo:
– Se minha vida importa-lhe, carregue um pouco de minha carga.
Mas o cavalo não deu ouvido ao sofrimento do asno. O asno acabou caindo morto de tanto esforço. O dono então pôs toda a carga do asno sobre o lombo do cavalo, inclusive os despojos do asno morto.
O cavalo pôs-se a lamentar seu destino aos brados:
– Como sou infeliz! Que triste destino o meu!
Não quis carregar parte da carga do asno e agora estou carregando tudo em dobro, e, como prêmio, a pele do outro.

Moral da história: Quem ajuda ao próximo ajuda a si mesmo.

A gata e Afrodite:

Uma gata que se apaixonara por um fino gato pediu à deusa Afrodite que a transformasse em mulher. Comovida com a paixão da gata, a deusa transformou o animal numa bela jovem. Ao vê-la, o rapaz se apaixonou e se casou com ela.
A deusa Afrodite, para ver se a gata havia realmente se transformado em mulher, colocou um rato no quarto nupcial. Ao ver o rato, a bela criatura esqueceu-se de tudo, salto do leito nupcial e pôs-se a correr freneticamente atrás do rato para comê-lo. Indignada, a deusa fê-la voltar ao que ela era, uma gata.

Moral da história: O perverso muda de aparência, mas não de hábitos.

O Vento Norte e o Sol:

Uma disputa surgiu entre o Vento Norte e o Sol, cada um afirmando que era mais forte do que o outro. Para provar o que cada um dizia, eles concordaram em mostrar seus poderes sobre um viajante que, vestindo um casaco, caminhava pela calçada.
Ficou acertado entre eles o Vento e o Sol que, quem conseguisse fazer o homem tirar o casaco, era o mais forte.
O Vento começou. Soprou violentamente contra o homem, mas quanto mais soprava, mais o homem segurava firmemente seu casaco contra o corpo. Exausto de tanto tentar, o vento desistiu.
Então chegou a vez do Sol. Saindo detrás das nuvens, o Sol lançou gentilmente seus raios sobre o homem, que, sentindo um leve calor, logo desabotoou seu casaco. O Sol aumentou um pouco seu brilho e o homem, em seguida, retirou o casaco e, segurando-o no braço, continuou a caminhar alegremente sobre os suaves raios do Sol.

Moral da história: Persuasão e gentileza são melhores do que a força.