Extinção de dinossauros é mais recente, afirmam cientistas

21/02/2013 10:00 Atualizado: 06/08/2013 18:04
Nova tecnologia data osso de saurópode com 64,8 milhões de anos
Extinção no Cretáceo-Terciário? Cientistas desenterraram um osso de saurópode datado de 64.8 milhões de anos, 700 mil anos depois do evento de extinção do Cretáceo-Terciário, que teria matado todos os dinossauros (Cortesia de Larry Heaman)

Cientistas desenterraram um osso de dinossauro datado de 64,8 milhões de anos, segundo um estudo de geologia publicado online em 26 de janeiro.

O fóssil é um osso fêmur da espécie saurópode Sanjuanensis Alamosaurus. Uma espécie de dinossauro herbívoro que pode chegar até 20 metros de comprimento.

O osso foi datado utilizando uma técnica de datação de urânio-chumbo (U-Pb) “baseada no decaimento de dois isótopos diferentes de urânio, 238U e 235U”, disse o Dr. Larry Heaman da Universidade de Alberta, no Canadá, ao Epoch Times. “Estes dois isótopos sofrem decaimento a uma taxa temporal fixa para dois isótopos de chumbo, 206Pb e 207Pb, respetivamente.”

“O que há de inovador em nossa abordagem para datar um osso de dinossauro é que possuímos uma tecnologia relativamente nova para medir a composição isotópica de chumbo e urânio presente na composição do osso”, disse Heaman.

“Esta nova tecnologia é chamada de laser de ablação induzida acoplado à espectrometria de massa e plasma. Nós preparamos uma fatia fina do osso e depois apontamos um feixe de laser com 160 mícrons de diâmetro em partes selecionadas. Os pulsos de laser liberam pequenas partículas do osso. Estas partículas são transportadas para um plasma onde são dissociadas e ionizadas. As partículas ionizadas são aceleradas num espectrômetro de massa e a composição isotópica do chumbo é determinada.”

Esta técnica permite que o fóssil possa ser datado diretamente, como a apatita, que é um componente importante do mineral do osso e que pode incorporar urânio, diz Heaman. Isso faz com que a datação seja mais precisa do que outros métodos que determinam a idade dos fósseis a partir de substâncias na área circundante.

“A nova técnica que desenvolvemos é mais precisa do que tentativas anteriores fracassadas de datação óssea direta porque a geoquímica do osso pode ser complexa e ser perturbada pela interação com fluidos posteriores à fossilização”, afirma ele.

O novo instrumento utilizado para a datação de fósseis. A estação de trabalho de laser está no centro da fotografia e o topo parece um microscópio (Cortesia de Larry Heaman)

“A nossa técnica permite-nos identificar as partes intactas do osso que não foram perturbadas. Estes domínios bem preservados são tipicamente muito pequenos, por isso a capacidade de acessar o material especificamente nestes domínios não perturbados tem sido chave para o sucesso da técnica.”

Esta descoberta de um fóssil de saurópode com 64,8 milhões de anos “confunde o paradigma estabelecido há muito tempo de que a era dos dinossauros terminou entre 65,5 e 66 milhões de anos atrás”, diz num comunicado de imprensa da Universidade de Alberta.

Anteriormente, acreditava-se que os dinossauros não-aviários pereceram durante o evento de extinção do Cretáceo-Terciário, que aconteceu cerca de 65,5 milhões anos atrás, 700 mil anos antes do que o osso foi datado.

“A camada que envolve o fóssil e  contém o osso jovem está datada de um período posterior à fronteira K/T [Cretáceo-Terciário], uma fronteira identificada em muitos lugares em todo o mundo que tem um conteúdo anômalo de irídio, um elemento que é abundante em meteoritos. Isso levou à teoria de que um evento o qual envolveu um meteorito gigante e que ocorreu neste período é a única razão para tantas espécies terem sido extintas”, disse Heaman.

Ele continuou, “Há certo debate sobre a idade desta fronteira, mas a mais recente Escala de Tempo Geológico coloca este limite em 65,5 Ma [milhões de anos atrás]. Estudos mais recentes têm proposto que o limite seja ainda mais remoto (66 Ma).”

“A constatação imediata é que se os dinossauros foram mortos por este evento, então, não deveria haver ossos preservados em camadas além do limite K/T. Os cientistas propuseram que, em casos como a camada que estudamos, ossos de dinossauros localizados acima do limite K/T não foram originalmente depositados lá, eles seriam mais antigos e por causa da erosão e re-deposição foram movidos até este local num momento posterior ao evento K/T.”

“A idade que obtivemos para o osso de dinossauro é de fato mais jovem que o limite K/T, por isso esta é a primeira evidência direta de que alguns dinossauros sobreviveram a este evento. Isso abre a questão sobre o que realmente provocou a extinção dos dinossauros e poderia destruir um paradigma de 30 anos de que todos os dinossauros foram mortos pelo impacto de um meteorito gigante em 65,5 Ma.”

Veja o trabalho original aqui.

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