Mostra “Dior Impression” revela inspirações do estilista relacionadas à natureza
O verão europeu da Normandia inspirou as obras de alta costura de Christian Dior. A casa de infância de um dos principais nomes da moda, situada em Granville, na França, revela os elementos que influenciaram a produção do designer.
Para revelar ao público as inspirações naturais de Dior, a casa que funciona como um museu – o Museu Christian Dior Granville – promove até setembro a exposição “Dior Impression”, que mostra a relação das obras do estilista com o impressionismo.
Ela expõe seu interesse por flores como rosas e lírios, assim como as nuances do mar e as cores do céu: cinza, lilás e azul. Essa forte relação com a natureza também é uma característica dos pintores impressionistas, que igualmente se inspiraram em seus jardins, nos campos ou na luz inconstante do mar.
A organizadora da exposição, Florence Muller, falou a reportagem do Epoch Times sobre a casa onde Dior morou durante a infância. “A casa está totalmente aberta para a natureza que a rodeia, para o jardim, e para além dela, o mar. Ela foi construída em um lugar muito particular, no topo de um penhasco. Muros altos protegem o jardim, onde há muitas rosas e lírios. A vista dela para o horizonte é infinito, muito impressionante, muito romântico. Christian Dior passou a primeira parte de sua vida neste ambiente que foi sua primeira fonte de inspiração”.
Em 1947, Christian Dior criou o New Look a partir da imagem da flor-mulher, e devolve às mulheres uma silhueta feminina. Ele define a forma de linhas sinuosas com silhueta semelhante à corola de uma flor ou fina como um caule. Os tecidos floridos arejados vieram com cores do céu e do mar.
O vestido Vilmorin, confeccionado com organza branca e forrado com margaridas, é nomeado em homenagem ao famoso comerciante de sementes da flor em Paris, da Companhia Vilmorin, cujo catálogo Dior gostava de folhear como uma criança.
Criações de outros designers Dior também ganham espaço na mostra: nomes como Raf Simons, John Galliano, Gianfranco Ferre, Yves Saint-Laurent, que apesar de algumas diferenças preservam a linha Corola, com uma cintura marcada e a mesma inspiração com tecidos do universo floral.
A moda e os impressionistas
A ligação com pintores impressionistas também pode ser encontrada com o retorno dos chapéus, especialmente o capeline (de abas largas). A coleção de chapéus é exposta aos visitantes: desde exemplares extravagantes da década de 1960 de inspiração floral até os confeccionados em palha com os tradicionais laços de veludo.
As mesmas formas e fontes de inspiração como os impressionistas podem ser reconhecidos: mulheres curvilíneas, em vestidos ou em anáguas e espartilhos, esses influenciaram o estilista em criações de lingeries sofisticadas e nostálgicas. A dança de salão também está entre as fontes de inspiração que o designer chama de “mundo do impressionismo”.
Outro elemento marcante no trabalho de Dior está em suas coleções de vestidos de festa. Essas produções glorificam mulheres com saias largas e vestidos sem alças, dando a sobreviventes do pós-guerra um lado romântico e delicado. Entre os materiais utilizados por Dior estão tecidos nobres como seda, peles e rendas.
Para cada tema, peças de vestuário são acompanhadas com a pintura de um impressionista como “Jantar no Baile”, de Degas, as cenas marítimas de Renoir e as paisagens de Monet.
Em uma visita a antiga casa de Dior, um dos pontos altos está no belo cenário do jardim, com piscina projetada pelo próprio designer com vista para um conjunto de pinheiros, o jardim dedicado às rosas e o terraço com vista panorâmica para as ilhas do Canal. Os visitantes também podem desfrutar de um passeio olfativo em dez fases, onde é apresentada uma peça impressionista em conjunto com fragrâncias da marca francesa assinados por François Demachy.
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