Exposição de arte encanta Londres, mas é proibida na China

14/01/2015 19:30 Atualizado: 14/01/2015 19:35

LONDRES – Quando as pessoas vêm a Exposição de Arte Zhen-Sha-Ren (Verdade-Compaixão-Tolerância), elas comentam sobre a habilidade para pintar cenas que retratam grandes desafios humanos com tamanha dignidade. Elas também comentam sobre os princípios universais das palavras chinesas Zhen-Shan-Ren (Verdade-Compaixão-Tolerância) que são expressas pelos artistas por estilos, técnicas e assuntos que lembram a Renascença Ocidental.

Pensamentos de liberdade preenchem as mentes dos visitantes.

Ethan Gutmann, analista veterano em China, disse em uma entrevista após seu discurso na abertura da Exposição na Oxo Tower, na margem sul do rio Tâmisa, em Londres, “Todo mundo fala sobre a liberdade de expressão. As pessoas se preocupam com a agência nacional, de segurança e também se preocupam com as coisas que já ouviram falar sobre Edward Snowden e Julian Assange. Mas a China não é a personificação viva desse problema? Quero dizer, esse é o lugar onde as pessoas estão realmente morrendo e estão sendo capturadas na internet. Elas estão sendo capturadas na internet simplesmente por viverem suas crenças. Crenças muito benevolentes, crenças não violentas.”

Proeminente em seu livro recente “The Slaughter” (O Massacre) – com subtítulo “Assassinatos em Massa, Órgão de Colheita e A Solução Secreta da China para o Problema Dissidente”, Gutmann expõe a tentativa do Partido Comunista Chinês (PCCh) de acabar com a prática de qigong espiritual Falun Gong, também chamada Falun Dafa, que os artistas nesta exposição praticam.

“Quando analisamos a China, acabamos analisando também o Falun Gong, porque este tem sido o centro da luta. (…) O governo (chinês) vem mentindo sobre muitas coisas. (…) Essa é uma questão central dos nossos tempos. E vai além da China. Se manifesta no coração da liberdade humana, e é disso que estamos tratando.”

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A pintura “Uncompromising Courage” (Coragem Intransigente) por Kathleen Gillis mostra um homem torturado, com roupas de prisão chinesa, ganhando o sustento de uma grande mão majestosa que irradia luz e compaixão. Essa imagem descreve o Sr. Liu Chengjun, que morreu devido às torturas excessivas.

Julia Korner também fez um discurso para abrir o show. Como especialista em conservação de obras de arte, ela trabalhou para Christies por vinte anos como especialista em pintura e é uma conselheira, avaliadora, e curadora da exposição de coleções públicas e privadas no Reino Unido e em todo o mundo.

Julia disse: “É um ultraje universal. … Eles [o PCCh] são valentões e são covardes. … É preciso apenas olhar para essas imagens para ver a luz do mundo e do espírito que esses artistas têm, e essa dignidade incrível. É tão impressionante. É incrivelmente impressionante.”

Ela disse que as imagens usam uma linguagem universal. “Estas imagens … contam uma história que achamos que nunca vai acontecer com nós pessoalmente. E que humilha a todos nós. Ela toca nossa alma. E o seu clamor simples é algo tão tranquilo e tão suave. A luta deles é tão impressionante para a sua simplicidade. Eles não querem ser agressivos, mas é a paz interior deles que ganha o dia, é a compaixão deles. É a compaixão deles”, ela repetiu.

Uma das surpreendentes realizações dos quase vinte artistas da Exposição Internacional de Arte Zhen-Shan-Ren é que as técnicas se misturam em um todo. Na verdade, muitas obras são compostas e complementadas por vários pintores.

“É como ser levado em uma viagem através da cultura, ou através do que é a humanidade”, disse Teress Potocka, na abertura da última Exposição no Reino Unido na Oxo Tower, em outubro de 2014.

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“E como as pessoas lidam com os ambientes que são censurados, controlados e limitados, mas que saem na arte”, ela continuou. Ela é fundadora da empresa de mídia do Reino Unido e foi a uma exibição prévia do trabalho.

A censura pela qual ela estava falando é a da prática espiritual do Falun Gong pelo Partido Comunista Chinês. A tentativa de acabar com a prática, por difamação, tortura e assassinato tem continuado desde 1999.

Em todo o mundo há pessoas torturando outras pessoas, não permitindo a liberdade religiosa e liberdade de expressão, e os selvagens comprimentos humanos continuam. O ser humano nunca deixa de me chocar, mesmo sabendo sobre isso”, disse Norah, a designer de moda que também estava lá na abertura da quarta-feira.

“Essa é a primeira vez que eu vejo representações de tortura e celebração juntos, de um determinado grupo praticando uma fé espiritual”, disse ela. “Eu nunca vi isso antes. Você vê uma imagem ocasional, mas não toda uma seleção de arte.”

De acordo com os organizadores, no último dia de exibição, no domingo, dia 26 de outubro, 732 pessoas foram para ver as pinturas. O número total de visitantes ao longo dos 19 dias foi de 8.482.

Para obter informações sobre a Exposição de Arte Zhen-Shan-Ren aqui no Brasil, visite o site Falun Art.

Reportagem adicional de Xiuming Tang