Três explosões em sucessão sacudiram a província chinesa de Xinjiang em 21 de setembro, matando duas pessoas e ferindo pelo menos meia dúzia, segundo a mídia e fontes locais.
As explosões ocorreram por volta das 5h da manhã no condado de Luntai, na cidade de Korla, cerca de seis horas a sudoeste de Urumqi, a capital da Região Autônoma Uigur de Xinjiang. Xinjiang é o lar dos muçulmanos uigures, um povo turco que durante anos vive com os nervos a flor da pele devida à intervenção repressiva de Pequim em sua vida religiosa e cultural. Nos últimos anos, a resistência do povo uigur tem se tornado que a cada vez mais violenta.
A Tianshan Net, a plataforma de mídia oficial do governo de Xinjiang, informou que duas pessoas morreram e “muitas” ficaram feridas. “As autoridades de segurança pública foram despachadas para lidar com o assunto”, disse o comunicado. O anúncio oficial consistia de apenas três frases.
Alguns residentes do contado de Luntai contatados por telefone não quiseram falar com repórteres, aparentemente com medo de represálias das autoridades por discutirem informações políticas sensíveis. Outros disseram que duas das explosões ocorreram perto de instalações militares, o que sugere que os militares chineses seriam os alvos.
Uma das explosões ocorreu perto de um mercado rural no município de Yangxia, disse um morador que vive próximo do local e ouviu a explosão, segundo a Radio Free Asia (RFA). Ele disse que o número de mortos foi de pelo menos 20 a 30 pessoas, embora não se saiba como ele tomou conhecido do número de mortos.
“Policiais do regime chinês estavam entre as vítimas. A mídia oficial reportou apenas duas mortes, mas muitos estavam gravemente feridos no hospital”, disse Dilshat Rexit, um porta-voz do Congresso Mundial Uigur, em entrevista por telefone. “Após o incidente, a internet e telefones celulares foram rigorosamente monitorados para evitar que informações sobre os incidentes vazassem.”
Rexit acrescentou que a grande pressão do Partido Comunista reprimindo a vida religiosa e cultural na região constitui o pano de fundo da violência atual.
“As políticas do Partido Comunista estão levando as pessoas a recorrerem a medidas violentas para preservar a justiça e a dignidade”, disse Rexit. “As autoridades devem acordar do sonho de alcançar a estabilidade com a supressão – mostrar um pingo de sinceridade e mudar sua política para atender às justas solicitações dos uigures. A supressão extrema só levará a oposição extrema.”
O sr. Chang, um residente local da etnia han, disse ao Epoch Times numa entrevista por telefone que o sul de Xinjiang, que inclui o condado de Luntai, onde as explosões ocorreram, tem proporcionalmente a maior concentração de militares e agentes de segurança do que qualquer outro local em Xinjiang. Mas, apesar da presença militar, a violência na região não mostra sinais de diminuir.
“A abordagem de crescente repressão das autoridades desde maio tem se provado um fracasso… A violência está aumentando e agora explosões coordenadas mostram que mais pessoas estão envolvidas. O Partido Comunista deve rever suas políticas”, disse Chang.
Em 22 de setembro, um dia após as explosões recentes, 17 funcionários do condado de Yarkant, em Xinjiang, incluindo He Limin, o chefe do Partido Comunista em Yarkant; Chen Qiang, o secretário local do Comitê de Assuntos Político-Legislativos; e Hu Biao, o chefe de Segurança Pública na região, foram punidos por serem incapazes de parar as explosões na área em 28 de julho e na cidade vizinha de Kashgar em 30 de julho.
“O Partido Comunista está simplesmente transferindo suas responsabilidades”, disse Rexit, em resposta à notícia das punições. “Isso também visa a encobrir o número real de mortes no condado de Yarkant.”