Explicando o surpreendente terceiro cinturão magnético em torno da Terra

24/06/2013 16:46 Atualizado: 06/08/2013 17:03
Quando cientistas observaram o fenômeno em setembro foi como “reescrever os livros didáticos”
Duas faixas gigantes de radiação ao redor da Terra, conhecidas como cinturões de Van Allen, foram descobertas em 1958. Em 2012, observações das Sondas Van Allen mostraram que às vezes pode surgir um terceiro cinturão. A radiação é mostrada em amarelo e a cor verde representa o espaço entre as faixas (NASA/Sondas Van Allen /Centro Espacial Goddard)

Cientistas da Universidade da Califórnia (UCLA) explicaram por que apareceu uma terceira faixa magnética em torno da Terra, observada em setembro do ano passado e, algum tempo depois, quase desaparecida completamente.

Desde a descoberta de 1958 do pesquisador James Van Allen, definiu-se que há dois cinturões magnéticos ao redor da Terra, semelhantes a anéis. O mais interno se carrega de elétrons de alta energia e de íons positivos carregados, enquanto o mais externo seria constituído essencialmente de elétrons de alta energia.

Estes cinturões magnéticos atuam quando o planeta recebe o vento solar que traz consigo inúmeras partículas eletricamente carregadas de nossa estrela.

Cientistas liderados por Richard M. Thorne do Departamento Espacial e Atmosférico da UCLA fizeram uma análise quantitativa da composição do terceiro e incomum cinturão de elétrons observado pelos instrumentos das Sondas Van Allen em setembro e relataram os resultados em fevereiro desse ano.

A equipe disse: “O anel se formou em 3 de setembro de 2012, durante a fase principal de uma tempestade magnética, devido ao colapso parcial do cinturão externo de radiação.”

O novo cinturão de elétrons persistiu quando as “energias estavam acima de 2 MeV [megaelétron-volt]; estas exibiam um decaimento lento, mas foram destruídas durante outra tempestade magnética em 1º de outubro”, disse a equipe científica da UCLA.

No estudo, o grupo descobriu que as energias de elétrons acima de 3 MeV são o que permitiram o surgimento de um novo anel de elétrons que se prolongou por algum tempo. Isso está associado com a rápida migração de elétrons para o exterior, que permaneceu além do mecanismo magnético da Terra por mais de 10 ou 20 dias. Energias inferiores a 2 MeV, de decaimento muito mais rápido, não correspondem a formação de um novo anel de elétrons de longa duração.

Terceiro cinturão magnético

Após a NASA lançar as duas Sondas Van Allen em agosto de 2012, seus instrumentos começaram a fazer medições e observações das partículas aprisionadas nos cinturões magnéticos da Terra, conhecidos como cinturões de Van Allen, e registraram suas altas energias, além do aumento das oscilações destas.

“Então, acorreu algo que ninguém havia visto antes”, disse a NASA. “Entre as partículas estabeleceu-se uma nova configuração, que mostrou uma terceira faixa extra e que se estendia para o espaço exterior.” Para os cientistas, naquele momento, foi como “reescrever os livros didáticos”.

“No quinto dia, o REPT [o instrumento de medição das sondas] pôde traçar nossas observações e ver a formação do terceiro cinturão de radiação”, disse Shri Kanekal, um cientista da missão “Sondas Van Allen” do Centro Espacial Goddard da NASA.

“Começamos a questionar se havia algo errado com nossos instrumentos. Mas depois de tudo verificado, não havia nada de errado com eles e a terceira faixa perdurou claramente dia após dia, semana após semana, por um mês.”

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