Exibição ‘Verdade, Benevolência, Tolerância’ tem provocado reflexões há dois anos no Brasil

16/12/2013 09:30 Atualizado: 16/12/2013 16:17

Artistas internacionais há dois anos vêm denunciando no Brasil a perseguição que ocorre na China contra praticantes de Falun Dafa, uma prática pacífica de meditação.

Universitários, professores e cidadãos de diversas profissões, após visitarem a Exibição Internacional de Arte Verdade, Benevolência, Tolerância, ficam surpresos ao entrarem em contato com a arte de profundo significado que retrata a brutal perseguição.

“A grande indagação do público sempre é a mesma: isso ainda acontece nos dias de hoje?”, disse o vice-presidente da Associação Falun Dafa no Brasil, Gilberto Maia.

A exibição traça um panorama histórico da prática e da perseguição conduzida pelo Partido Comunista Chinês (PCC) contra os praticantes de Falun Dafa na China, que já dura 14 anos. O Falun Dafa, conhecido também como Falun Gong, é uma prática de meditação guiada pelos princípios de verdade, benevolência e tolerância, valores universais que dão nome à exibição.

Com o intuito de expor a perseguição, os artistas buscam traduzir com perfeição e técnicas hiperrealistas a situação dos praticantes perseguidos na China, com alguns deles tendo sentido na pele os terrores da tortura por praticarem o Falun Dafa.

Direitos Humanos

A arte tem revelado o “calcanhar de Aquiles” de uma das maiores potências mundiais: o desrespeito aos direitos humanos. Os visitantes podem, através das obras, refletirem sobre o tema de forma crítica, após circularem pela Exibição.

A professora do Programa de Educação de Mestrado e Doutorado, Regina Célia Grando da Universidade São Francisco (USF), disse que a exibição foi importante para chamar atenção a questão dos direitos humanos. “A China, como uma grande potência, vem fazendo arbitrariedades, ferindo os direitos humanos”, disse Regina.

Para o vigilante patrimonial, Thiago Fernandes de Camargo, de 28 anos, da Universidade de São Paulo (USP Leste), a questão dos direitos humanos na China transcende a barreira de países e faz parte de um problema mundial.

“Hoje, a China é o país que mais cresce economicamente, mas quem consome esses produtos? Somos nós! Nós que estamos ali comprando, colaborando para benefício de quem? A China tem um dos maiores índices de desigualdade social, então, nós estamos enriquecendo os próprios líderes do Partido Comunista. São essas pessoas que produzem essa perseguição, nós estamos permitindo que eles continuem no poder”, reflete Thiago.

A linguagem da arte fala com todos  

A arte é o meio mais poderoso para a expressão humana e é a linguagem que toca a todos. Nos 12 locais onde a exibição se apresentou, desde agosto de 2011, a maior parte deles foi em universidades.

“O aspecto mais importante da Exibição foi apresentar uma realidade que era desconhecida por muitos. Conhecer realidades diferentes é muito importante, ainda mais num ambiente universitário”, disse Fábio Venâncio, organizador da Exibição na Escola de Artes Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP).

Além de mostrar beleza, a arte transmite sentimentos, segundo a estudante de psicologia Isabela Arcanjo Delgado, de 19 anos. “As obras são a janela daquilo que o pintor viu … me tocou muito”, disse a estudante após visitar a exibição na USF.

O professor Evôneo Berti Filho, representante da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) junto ao Conselho Deliberativo dos Museus da USP, disse que a exibição o fez refletir sobre a condição humana.

“Nós não temos esse peso que os orientais têm lá na terra deles. Temos uma visão diferente. A verdade, a benevolência, é uma coisa que me tocou demais. Inclusive, e eu queria que vocês aproveitassem para refletir sobre nossa condição como ser humano neste planeta. O que nós estamos fazendo aqui? Para onde nós vamos?” expressou o professor na cerimônia de inauguração da exibição em maio deste ano em Piracicaba.

Em todo mundo a exibição tem sido vista em mais de 800 amostras em 50 países, em espaços públicos, escolas, universidades, além de museus e galerias de arte.

No Brasil, a exibição completou sua 12ª edição em novembro deste ano, alcançando mais de 70 mil pessoas, segundo a Associação Falun Dafa no Brasil. Seu currículo de apresentações inclui USP, Unesp, Anhanguera Educacional, USF, PUC, Fatec, Unip, Conjunto Nacional e Brazilian Financial Center.