Ao longo dos últimos meses o Estado Islâmico (EI) recrutou centenas de milhares de combatentes, confundindo as estimativas dos serviços secretos norte-americanos.
A CIA ficou para trás, segundo os curdos, no esforço para acompanhar a campanha dos extremistas islâmicos, que aproveitaram a instabilidade no Iraque para alargar os territórios sob o seu domínio a partir da vizinha Síria.
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Fuad Hussein, chefe do gabinete do presidente curdo, Massoud Barzani, disse ontem numa entrevista ao “The Independent” que a capacidade que o EI desenvolveu para atacar em várias frentes e ao mesmo tempo nos dois países demonstra que o número de combatentes que juraram obediência ao seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, será de, pelo menos, 200 mil, o que é sete ou oito vezes mais do que os 31.500 com os quais contavam os governos ocidentais ao encarar o problema.
Hussein adiantou que o motivo que torna o esforço de recrutamento do EI tão bem sucedido é “a facilidade de mobilização da juventude árabe nos territórios ocupados”.
O responsável curdo estima que os radicais sunitas tenham sob o seu domínio um terço do Iraque e um terço da Síria, o que deixa à sua mercê uma população de entre 10 a 12 milhões, numa área total de 250 mil quilômetros quadrados, o equivalente ao território da Grã-Bretanha.
Esta informação acabou por ser ofuscada por um novo vídeo aparentemente divulgado pelos jihadistas, com um dos terroristas ao lado de uma cabeça decepada garantindo que se trata da cabeça de Peter Kassig, um norte-americano de 26 anos, veterano da guerra do Iraque, que tinha sido raptado em 2013. Os 16 minutos do vídeo de propaganda exibem ainda a decapitação de vários soldados sírios capturados pelo EI.