Em 6 de outubro, tropas do exército chinês dispararam em manifestantes pacíficos no condado tibetano de Driru, ferindo pelo menos 60 pessoas. Os manifestantes se reuniram para exigir a libertação de um aldeão preso em conexão com uma campanha destinada a forçar os moradores a pendurarem a bandeira chinesa no topo de suas casas.
O tiroteio foi relatado pelo grupo de defesa Free Tibet e pela Rádio Free Asia, que citaram fontes locais. O Free Tibet informou que 60 “teriam sido” feridos no tiroteio, enquanto a Rádio Free Asia informou “pelo menos 60”.
O Free Tibet citou um morador local dizendo: “Parece que a Revolução Cultural chinesa foi reiniciada em Kham-Driru.”
“Milhares de oficiais inundaram a área no início de setembro para impor uma campanha de ‘reeducação política’ na população local”, segundo um comunicado de imprensa do Free Tibet. “Em 28 de setembro, depois de terem sido instruídos a pendurarem bandeiras chinesas sobre suas casas, os tibetanos no município de Mowa jogaram as bandeiras no rio”, disse o Free Tibet.
O comunicado disse que as autoridades, em seguida, enviaram forças paramilitares e a polícia em grande número para a área. “Em confrontos posteriores, cerca de 40 tibetanos foram presos e muitos foram severamente espancados e feridos.”
Um tibetano chamado Dorjee Dagtsel foi identificado pelos chineses como um líder nos protestos antibandeiras e foi preso. Em 6 de outubro, tibetanos se reuniram no escritório do governo local e pediram sua libertação. “As forças de segurança começaram a espancar os tibetanos, deixando muitos gravemente ferimentos, e dispararam gás lacrimogêneo indiscriminadamente contra a multidão”, disse o Free Tibet.
O governo tibetano exilado na Índia está ciente dos disparos, mas ainda tenta obter mais detalhes. O porta-voz Tashi Phuntsok disse por telefone à Associated Press que soube que alguns manifestantes ficaram feridos, mas não sabia quantos.
Eleanor Byrne-Rosengren, diretora do Free Tibet, descreveu o incidente como o líder chinês Xi Jinping apertando o “parafuso” no Tibete. “Nos últimos meses, tem havido um aumento na frequência e gravidade da violência por parte das forças de segurança. Enquanto protestos individuais de autoimolação pararam, temos visto protestos coletivos significativos em todo o Tibete”, disse ela.
Byrne-Rosengren explicou que os protestos têm aumentado por causa da exploração indiscriminada dos recursos naturais tibetanos pelos chineses e devido às tentativas brutais da China de impor sua cultura no Tibete.