Execução de soldados sírios capturados pela oposição é ‘profundamente chocante’, diz comissária da ONU

02/08/2013 18:09 Atualizado: 02/08/2013 18:09
Navi Pillay, a alta-comissária das Nações Unidas para os direitos humanos (Jean-Marc Ferré/ONU)

A chefe da ONU para direitos humanos, Navi Pillay, afirmou nesta sexta-feira (2) que as denúncias de que grupos armados de oposição na Síria executaram dezenas de soldados do Exército capturados depois de uma batalha em Khan Al-Assal em julho são “profundamente chocantes”. A alta comissária destacou a necessidade de garantir que os responsáveis pelas violações do direito humanitário internacional e dos direitos humanos de todos os lados devem ser julgados.

Gravações feitas por forças de oposição em Khan Al-Assal, um distrito na zona rural de Aleppo, foram divulgadas na Internet entre os dias 22 e 26 de julho. Um vídeo aparentemente mostra soldados do governo sendo obrigados a deitar no chão, enquanto outro exibe corpos espalhados ao longo de um muro, além de corpos em local próximo.

“Essas imagens, se confirmadas, sugerem que as execuções foram cometidas em Khan Al-Assal”, disse Pillay. “Isso necessita de uma investigação independente e profunda para estabelecer se crimes de guerra foram cometidos.”

Uma equipe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) na região está investigando o caso, examinou os vídeos e recolheu relatos de pessoas em Aleppo. A análise preliminar identificou dois homens sem far que apareciam vivos em um dos vídeos e mortos em outro.

Um terceiro vídeo mostra corpos sendo recolhidos por membros do Crescente Vermelho e médicos do Exército Livre Sírio. Diversos outros vídeos mostrando corpos de soldados do Governo espalhados pela cidade, a maioria aparentemente atingida com tiro na cabeça.

“Com base nas análises feitas pela minha equipe até agora, acreditamos que grupos armados de oposição em um incidente – documentado em um vídeo – executou pelo menos 30 pessoas, a maioria aparentemente soldados”, relatou Pillay.

Há relatos de que o número total de mortos em Khan al-Assal seria muito maior e a equipe do ACNUDH continua na região investigando as circunstâncias dos assassinatos.

O ACNUDH também recebeu informações de uma fonte confiável de que combatentes de oposição ainda estão com funcionários do Governo e soldados capturados em Khan Al-Assal. A agência lembra que todas as pessoas que participam das hostilidades, incluindo soldados capturados e feridos, devem ser tratados humanamente em todas as circunstâncias.

“Forças de Oposição não deveriam pensar que são imunes a julgamento. Elas devem aderir às suas responsabilidades sob o direito internacional”, declarou Pillay.

Esta matéria foi originalmente publicada pela ONU Brasil

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