Exames para hemofilia serão cobertos por planos de saúde

20/12/2013 09:12 Atualizado: 20/12/2013 09:12

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) divulgou, na quinta-feira dia 12, nota técnica com normas que garantem a cobertura de exames genéticos pelos planos de saúde, entre eles, para mulheres detectarem se são portadoras do gene da Hemofilia tipos A e B. A Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) aprova a decisão do órgão, pois se existir confirmação do gene, permite a liberdade de escolha da mulher ter ou não filhos. Caso opte, o Brasil disponibiliza para o paciente com hemofilia tratamento equiparado aos países de primeiro mundo.

As mulheres que têm parentes do sexo masculino com hemofilia como pai, irmãos e/ou tios, são possíveis portadoras do gene do transtorno genético que atinge predominantemente homens. Para tirar a dúvida, é necessário fazer um exame, que a partir de 2 de janeiro de 2014, será coberto pelos planos de saúde por determinação da ANS.

A nova norma tira a dúvida da mulher sobre ser portadora ou não do gene da hemofilia. Além disso, hoje é permitido fazer um tratamento de fertilização que seleciona os embriões geneticamente saudáveis, segundo resolução do Conselho Federação de Medicina.

Mariana Battazza Freire, vice-presidente da FBH, explica que caso a mulher portadora do gene da hemofilia decida engravidar, para cada gestação, independentemente do sexo, o bebê terá 50% de chance de nascer com o distúrbio hemorrágico. Isso significa que se for menina há 50% de possibilidade de ser portadora igual a mãe e no caso de menino, 50% de nascer com a hemofilia.

O Ministério da Saúde, por meio dos 183 centros de tratamentos de hemofilia espalhados pelo país, disponibiliza a profilaxia, tratamento preventivo que inibe as hemorragias internas e externas que podem resultar em sequelas e preserva as articulações dos portadores do transtorno genético.

“O protocolo utilizado no Brasil atualmente é a profilaxia, que permite que a pessoa com hemofilia, independentemente da idade, tenha  uma vida  normal, pois é um tratamento domiciliar que aumenta a qualidade de vida e diminui em 400% a visita aos hemocentros”, explica Tania Pietrobelli, Presidente da FBH.

Saiba Mais:

A hemofilia é uma disfunção crônica, genética, não contagiosa, sendo que 1/3 dos casos ocorrem por mutação genética e 2/3 por hereditariedade. Existem dois tipos, que podem ser classificados entre leve, moderada e grave. A hemofilia A é a mais comum e representa 80% dos casos, ela ocorre devido à deficiência do Fator VIII (FVIII) de coagulação no sangue. Já a hemofilia B ocorre pela deficiência do Fator IX (FIX).