Ex-funcionário revela corrupção na PetroChina

06/04/2013 17:21 Atualizado: 06/04/2013 17:31
Jiang Jiemin, ex-presidente da PetroChina, anuncia os Resultados Anuais de 2009 num evento em Hong Kong em 25 de março de 2010 (Mike Clarke/AFP/Getty Images)

Jiang Jiemin, o ex-presidente da PetroChina, fez manchetes recentemente, após a história de um funcionário descontente difundir-se pela mídia do continente, acusando executivos da petroleira de corrupção.

Um ex-funcionário de pseudônimo Yang Xu, que trabalhou na PetroChina Lanzhou pelos últimos 24 anos, disse ao Semanário do Sul que escreveu mais de mil cartas nos últimos dois anos para o então presidente Jiang Jiemin, reclamando sobre a injustiça em relação aos trabalhadores regulares diante das regalias secretas da administração.

Yang Xu disse que os benefícios distribuídos aos gerentes incluíam compensação para habitação e outras despesas que ultrapassavam em muito os limites estabelecidos pelas autoridades. Ele afirmou que Jiang Jiemin confiscou todas as suas cartas e que alguns gerentes tentaram silenciá-lo.

A PetroChina é uma empresa estatal que monopoliza o petróleo e gás sob os auspícios do Congresso Nacional Popular. Ela tem estado sob o controle direto de Zhou Yongkang, o ex-chefe do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL) e ex-membro do Comitê Permanente do Politburo, assim como do filho deste.

Jiang Jiemin foi nomeado presidente da PetroChina em 2006. Fontes de Sichuan e da PetroChina disseram ao Epoch Times que após Jiang Jiemin se tornar parceiro político de Zhou Yongkang, ele desviou enormes somas de dinheiro da empresa e forneceu amplo apoio financeiro a Zhou Yongkang.

A corrupção massiva na Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC/PetroChina) e na Corporação de Química e Petróleo da China (Sinopec) tem estado sob os holofotes públicos há algum tempo. Quando as políticas do regime comunista terminaram em outubro passado e Zhou Yongkang se aposentou do Comitê Permanente, Jiang Jiemin “proativamente” renunciou ao cargo de presidente da CNPC e foi colocado sob investigação pelo Comitê Central de Inspeção Disciplinar (CCID).

De acordo com a Caixin, uma revista de negócios relativamente liberal no continente, Jiang Jiemin foi nomeado presidente do órgão governamental responsável pela gestão de empresas estatais. Na superfície, isso parecia ser uma promoção, mas na verdade foi um rebaixamento.

Uma fonte disse ao Epoch Times que o barão do petróleo tem sido implicado num assassinato e está envolvido em lavagem de dinheiro. Investigações sinalizam amplas operações de lavagem de dinheiro em todos os níveis da gestão da PetroChina, especialmente grandes projetos e investimentos de alto valor. Como o caso é muito complexo e a lavagem envolve somas exorbitantes, a liderança do Partido Comunista Chinês (PCC) entrou em cena e uma investigação está em andamento sob o CCID, disse a fonte.

Fu Chengyu, o presidente do Sinopec, e o gerente-geral Wang Tianpu também estão sendo investigados pelo CCID.

“Tudo isso significa que outro ‘grande tigre’ está surgindo na guerra anticorrupção do [líder chinês] Xi Jinping e do [chefe do CCID] Wang Qishan”, escreveu Zhou Xiaohui, um comentarista do Epoch Times, em 27 de março, referindo-se à companha da nova liderança chinesa.

Como o Semanário do Sul, um jornal liberal de Guangzhou, foi a primeira mídia a relatar sobre as ações de Jiang Jiemin para bloquear as denúncias do ex-empregado da PetroChina, isso sinaliza que uma ação disciplinar contra Jiang Jiemin está a caminho.

De acordo com analistas, a notícia visa encorajar mais denúncias e, talvez, expor mais irregularidades na Sinopec e na PetroChina.

No início de 2013, o Semanário do Sul publicou uma saudação de Ano Novo em apoio ao discurso “Sonho de constitucionalismo” de Xi Jinping, que foi alterada por Tuo Zhen, o chefe de propaganda da província de Guangdong e homem de confiança de Li Changchun, o ex-chefe da propaganda nacional e assecla do ex-líder chinês Jiang Zemin. O incidente provocou forte oposição de funcionários do jornal, bem como a condenação de intelectuais de todo o país.

O incidente do Semanário do Sul expôs como Tuo Zhen e Liu Yunshan desafiaram abertamente as declarações de Xi Jinping sobre o constitucionalismo.

De acordo com analistas, os membros da facção de Jiang Zemin e Zhou Yongkang temem que Xi Jinping use a ideia de defender a Constituição e o combate a corrupção para fortalecer ainda mais seu poder.

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