O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, abriu mão de todos os pedidos de habeas corpus e recursos que havia apresentado contra o decreto de sua prisão. A desistência de Paulo Roberto Costa faz parte do acordo de delação premiada que ele fechou com a Procuradoria da República e a Justiça Federal.
Alvo da Operação Lava Jato – investigação sobre super esquema de lavagem de dinheiro que pode ter alcançado R$ 10 bilhões -, Paulo Roberto Costa está preso na Polícia Federal em Curitiba, por ordem do juiz federal Sérgio Fernando Moro. Réu em duas ações criminais por lavagem de dinheiro de corrupção na Petrobras e por destruição e ocultação de provas, Paulo Roberto Costa é investigado em outros procedimentos.
Estima-se que sua pena, se condenado, poderá ultrapassar a que foi aplicada ao operador do Mensalão do PT, Marcos Valério, que pegou 40 anos e 4 meses de prisão. Contra a ordem de prisão decretada pelo juiz Moro, os antigos defensores de Costa ingressaram com sucessivos pedidos de habeas corpus. O argumento central é que a Justiça Federal no Paraná não seria a competente para cuidar do caso porque as empresas do doleiro Alberto Youssef, apontado pela Polícia Federal como parceiro de Paulo Roberto Costa, ficam sediadas em São Paulo.
Os primeiros advogados do ex-diretor da Petrobras chegaram a apresentar reclamação ao Superior Tribunal de Justiça. Em agosto, Paulo Roberto Costa contratou a advogada Beatriz Catta Preta, criminalista que ostenta em seu currículo atuação em causas de grande repercussão sobre crimes financeiros. Catta Preta já atuou, com êxito, em outros processos que abrigaram delação premiada de acusados. Foi assim com o investidor Lúcio Funaro, nos autos do processo do Mensalão do PT. Para demonstrar que está mesmo disposto a colaborar com a Justiça, Paulo Roberto Costa, orientado pela advogada, abriu mão de todos os habeas corpus e recursos que havia interposto contra sua prisão.