O ex-chefe do Exército turco Ilker Basbug foi condenado hoje (5) à prisão perpétua por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado contra o governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
Assim como Basbug, que liderou as Forças Armadas turcas entre 2008 e 2010, mais 11 pessoas foram condenadas à prisão perpétua no julgamento da rede Ergenekon, que envolve 275 pessoas, incluindo generais e jornalistas.
O ex-chefe das Forças Armadas foi condenado por encabeçar a rede Ergenekon, considerada “terrorista” pelo tribunal de Silivri, a 50 quilômetros da capital Istambul.
Entre os condenados à prisão perpétua estão o ex-chefe de Polícia Sener Eruygur e o ex-chefe militar Hürsit Tolon, o jornalista Tuncay Özkan e o líder do pequeno Partido dos Trabalhadores, Dogu Perinçek.
O jornalista Mustafa Balbay, do jornal de esquerda Cumhuriyet, eleito enquanto estava detido como deputado pelo principal partido da oposição, o Partido Republicano do Povo, foi condenado a 35 anos de prisão.
O tribunal absolveu 21 dos 275 acusados, 66 dos quais estão em prisão preventiva. Os demais réus receberam penas entre dois e 117 anos de prisão por participarem da rede que pretendia derrubar o governo islamita conservador de Erdogan.
Basbug, de 70 anos, liderou a campanha militar turca contra os rebeldes do PKK durante muitos anos e é agora acusado de liderar um grupo terrorista.
Centenas de policiais lançaram gás lacrimogêneo contra cerca de mil manifestantes concentrados junto ao tribunal.
A rede Ergenekon é acusada de tentar realizar um golpe de Estado militar contra Erdogan, no poder desde 2002, semeando o caos no país, com atentados e operações de propaganda.
A Turquia foi palco, em junho, de enormes protestos populares que deixaram o governo de Erdogan na maior crise desde que assumiu o poder.
Esta matéria foi originalmente publicada pela Agência Lusa (via Agência Brasil)
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