RIO DE JANEIRO – Na manhã de 7 de abril, um homem armado entrou atirando na Escola Municipal Tasso Silveira em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, matando 12 crianças e ferindo outras 12, e posteriormente suicidando-se, segundo informou o último balanço da Polícia Civil.
O autor do crime, Wellington Oliveira, de 24 anos, era um ex-aluno da escola. O jovem, que se apresentou como palestrante, irrompeu numa classe de português de 40 alunos de 9 a 14 anos, sacou dois revólveres e começou a atirar nas crianças, segundo a Polícia Militar; o jovem criminoso subiu as escadas, sacrificando mais vidas, e depois de ser atingido por uma bala da polícia, se matou com um tiro na cabeça.
De acordo com o Ministério da Educação, no momento do ataque, havia 400 alunos na escola.
O oficial de polícia, sargento Márcio Alves, disse à mídia local que participava de uma operação contra o transporte clandestino perto da escola, quando foi chamado por crianças feridas e professores desesperados por socorro. O prefeito, Eduardo Paes, numa conferência com o governador do estado, Sergio Cabral, elogiou o oficial, chamando-o de um herói, e disse que sua ação rápida impediu um número ainda maior de vítimas. Cabral classificou o assassino de “psicopata” e “animal”.
O massacre abalou o Brasil, conforme declarado pela Presidente Dilma Rousseff, observando que este tipo de crime nunca aconteceu no país. Chocada, Dilma interrompeu uma cerimônia no Palácio do Planalto e pediu um minuto de silêncio “para aquelas crianças que perderam suas vidas e seu futuro”. “Nossa homenagem a estes brasileritos que foram removidos mais cedo na vida”, disse ela quase chorando.
O Ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que a educação está de luto pela tragédia, que foi classificada como “ato terrorista” pelo presidente do Senado, José Sarney. Dilma declarou luto nacional por três dias.
“É um massacre, um verdadeiro massacre”, disse o bombeiro Roni Macedo, uma testemunha que prestou os primeiros socorros no local. “Há sangue nas paredes, sangue sobre as cadeiras. Há 15 a 20 mortos, eu acho. Eu nunca vi nada parecido. É como o que aconteceu na América”, disse ele, referindo-se a casos como Columbine (1999) e Virginia Tech (2007).
O comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar, o coronel Djalma Beltrame, disse ao jornal O Dia que o atirador deixou uma carta de “teor fundamentalista”, com frases incompreensíveis e incoerentes, e referências ao islamismo e práticas terroristas.