O Presidente da Bolívia, Evo Morales, assinou hoje 1 de maio, Dia do Trabalho, um decreto que nacionaliza as ações da Rede Elétrica Internacional SAU, uma subsidiária da Companhia Transportadora de Eletricidade, filial da Rede Elétrica Espanha (REE).
Em um comunicado do Governo, o chefe de Estado boliviano disse que o ato de nacionalização “foi realizado em conjunto com várias organizações sociais e sindicais no Dia do Trabalho.”
A Empresa Transportadora de Electricidade,administrada pela REE, gerencia 77 por cento da rede de interconexão do país, e Evo Morales hoje, ordenou às Forças Armadas que guardassem as instalações da empresa em Cochabamba, onde está sediada, relata a mídia local, Erbol.
Morales disse que sua decisão foi um “reconhecimento de que os trabalhadores lutaram pela recuperação dos recursos naturais e serviços básicos.”
“Ele nacionalizou todas as ações que compõem o capital social detido pela empresa Rede Elétrica Internacional SAU, devendo-se transferir, registrar as ações a favor do Estado Plurinacional da Bolívia sob a posse de NENDE”, disse ele ao ler o decreto.
“Esta empresa antes era nossa, e por ter sido nossa é que estamos nacionalizando”, fundamentou, sem dar maiores explicações.
Segundo a mídia local Erbol, o anúncio de nacionalização seria um ato desesperado do Governo diante do descontentamento do país. “Hoje se repetem os protestos generalizados nas ruas, onde os trabalhadores exigem melhorias nos salários, enquanto os médicos e profissionais de saúde estão há 34 dias em greve por melhores condições de trabalho e o desconforto começa a se espalhar, mesmo entre a população indígena”, informa o veículo.
Em seu discurso para marcar o primeiro de maio, Dia do Trabalho, o presidente Evo Morales disse que o país pertence a todos e disse que o trabalho dos bolivianos, por mais humilde que seja, ajuda a construir o novo Estado Plurinacional.
Entre outras medidas decretadas pelo Governo da Bolívia, Evo Morales aumentou hoje os salários em 8%, estabeleceu uma licença de trabalho de três dias aos pais pelo nascimento de seus filhos e o pagamento único e individual a vítimas da violência política no país.