Evidência de que líder chinês em Sichuan estava envolvido na perseguição ao Falun Gong

07/12/2012 14:25 Atualizado: 07/12/2012 14:25
Li Chuncheng, suspeito de corrupção, está preso e sendo submetido ao processo de interrogatório chamado shuanggui. Ele é um conhecido reparador do ex-chefe da segurança pública Zhou Yongkang e o primeiro alvo de alto escalão na nova campanha anticorrupção (Weibo.com)

Um ex-alto oficial chinês da província de Sichuan foi recentemente colocado sob investigação pelo Partido Comunista Chinês (PCC) supostamente por fraude, mas um relatório recente sugere que ele possa estar envolvido em algo muito mais sinistro: cometendo crimes contra a humanidade contra prisioneiros da consciência.

Li Chuncheng, o ex-vice-chefe da província de Sichuan, descrito como um “reparador” do ex-chefe da segurança pública chinesa Zhou Yongkang, foi identificado pelo grupo de direitos humanos ‘Organização Mundial para Investigar a Perseguição ao Falun Gong’ (WOIPFG) como estando diretamente envolvido na perseguição a praticantes do Falun Gong na província de Sichuan.

O Falun Gong é uma prática de meditação tradicional originária na China, mas tem sido alvo do PCC desde 1999. Milhares de adeptos foram mortos em detenção e submetidos à tortura ou outros abusos, segundo o Centro de Informações do Falun Dafa.

Entre 1999 e 2002, Zhou Yongkang foi o chefe do PCC em Sichuan, enquanto Li Chuncheng era o prefeito da cidade de Chengdu, a capital da província, eventualmente se tornando um dos homens de confiança de Zhou Yongkang.

A WOIPFG diz que soube que um grande número de praticantes do Falun Gong foi utilizado na colheita forçada de órgãos de pessoas vivas e estava preso em armazéns militares e outras instalações em Sichuan, bem como em Chongqing, que foi anteriormente chefiada pelo oficial deposto Bo Xilai.

Recentemente, a WOIPFG publicou uma conversa telefônica gravada secretamente entre um investigador, posando como Li Chuncheng, e Zhou Yongkang, sugerindo que os dois estavam envolvidos na detenção de praticantes do Falun Gong e potencialmente envolvidos na colheita de órgãos.

A conversa, que ocorreu em 29 de maio de 2008, entre os dois chefes do PCC mostrou que Zhou Yongkang não negou que praticantes do Falun Gong estivessem detidos em armazéns e outras instalações. E também disse que tais assuntos devem ser discutidos através de uma linha secreta ou “telefone vermelho”.

A conversa ocorreu após o devastador terremoto de 2008 em Sichuan que matou centenas de milhares de pessoas. O seguinte foi registrado:

Investigador (posando como Li Chuncheng): Olá, falo com Zhou Yongkang?

Zhou Yongkang: Sim, eu sou.

Investigador: Aqui é Li Chuncheng.

Zhou Yongkang: O quê?

Investigador: Eu sou Li Chuncheng, chefe do Partido na província de Sichuan.

Zhou Yongkang: Em Chengdu?

Investigador: Sim.

Zhou Yongkang: É você Chuncheng?

Investigador: Correto.

Zhou Yongkang: Eu não reconheço sua voz. Você está cansado?

Investigador: Cansado. Eu tenho que relatar uma coisa a você.

Zhou Yongkang: Ah.

Investigador: Um tremor secundário do terremoto acabou de ocorrer e algo aconteceu.

Zhou Yongkang: Ah.

Investigador: Em nossa região, muitas instalações utilizadas para manter praticantes do Falun Gong foram danificadas. Alguns deles fugiram de lá. O que você acha que devemos fazer?

Zhou Yongkang: Ah.

Investigador: O que você acha que devemos fazer agora?

Zhou Yongkang: Quantas pessoas estavam lá? Nos campos de trabalho ou nos campos de reeducação?

Investigador: Não. Aqueles que foram trancados em nossos reservados armazéns militares.

Zhou Yongkang: Quantas pessoas?

Investigador: Mais de 20 pessoas.

Zhou Yongkang: Lugares que eram administrados pelo instituto de justiça? O departamento judicial?

Investigador: Não, era para ser … Eu tenho que descobrir quem estava no comando. Isso é o que eles relataram para mim.

Zhou Yongkang: Você é o chefe do Partido em Chengdu?

Investigador: O que você acha que devemos fazer?

Zhou Yongkang: Ligue-me novamente na linha vermelha. Use seu telefone vermelho [telefone secreto] para me ligar. Eu … eu não sei quem é você. Eu falarei com eles.

Na gravação, Zhou Yongkang parecia desconfiado quando o investigador se identificou como Li Chungcheng, sugerindo que Zhou Yongkang ainda mantinha contato próximo com Li Chuncheng pouco depois de Zhou Yongkang ter deixado Sichuan para se tornar um membro do Comitê Permanente do Politburo e chefe do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos, porque ele não reconheceu a voz de Li Chuncheng. Ele também disse, “Eu não sei quem é você.”

A gravação também mostra que Zhou Yongkang perguntou “quantas pessoas” estavam nos armazéns que a WOIPFG suspeita estarem sendo usados para realizarem a colheita de órgãos.

Em 4 de dezembro, foi relatado que Li Chuncheng foi colocado em “shuanggui” – um tipo de interrogatório e detenção da era soviética usado internamente pelo Partido Comunista. O movimento de detê-lo tem sido interpretado como uma repressão do novo líder chinês Xi Jinping à corrupção.

Li Chuncheng foi colocado sob interrogatório devido a um potencial escândalo envolvendo o Grupo de Investimento Industrial de Chengdu Ltda. administrado pelo empresário Dai Xiaoming, informou a publicação financeira Caijing.

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Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.