A China sofreu uma evasão fiscal no valor de aproximadamente um trilhão de yuanes (157 bilhões de dólares) em 2011, disse um relatório que foi recentemente submetido à principal autoridade administrativa da República Popular da China, o Conselho de Estado.
De acordo com a revista Cheng Ming de Hong Kong, o relatório foi o resultado de uma investigação conjunta realizada entre fevereiro e maio pelo Centro de Pesquisa do Conselho de Estado e pela Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento.
O relatório identificou oito principais fontes de evasão fiscal; as empresas estatais vêm em primeiro lugar e respondem por 26-28% dos impostos evadidos.
Os líderes do regime chinês parecem estar respondendo às conclusões.
Durante a conferência anual do Conselho de Estado, realizada este mês, o primeiro-ministro Wen Jiabao pediu às autoridades para reprimirem a evasão fiscal, apreenderem fundos ilegítimos criados pelos departamentos do Partido Comunista Chinês (PCC) e do Estado e investigarem casos de salários destinados a funcionários do Estado inexistentes. Ele também pediu às autoridades para se tornarem mais transparentes.
De acordo com o Cheng Ming, o vice-primeiro-ministro Wang Qishan também realizou uma conferência com autoridades estaduais provinciais e locais, destacando que em áreas com graves problemas de evasão fiscal, as autoridades locais da área, o departamento de fiscalização e de supervisão, todos seriam responsabilizados.
Ele acrescentou que a China se tornou um paraíso fiscal conhecido tanto em casa como no exterior, uma verdadeira zombaria das regras e regulamentos existentes.
Alguns executivos de empresas estatais e públicas até mesmo “competiam entre si para ver quem conseguia evadir maior impostos ou estabelecer o maior número de conexões com oficiais do governo”, disse Wang na conferência.
É amplamente especulado que Wang será escolhido como um dos nove membros do Comitê Permanente do Politburo, o órgão que governa o PCC e a China, durante o 18º Congresso Nacional ainda este ano.