‘Offshore Leaks’, uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), com sede em Washington DC, em parceria com outras 36 mídias internacionais, revelou anteontem uma lista com 130 mil milionários que transferiram seus ativos para paraísos fiscais para evadir impostos em seus países.
“A investigação do ICIJ sobre o mundo secreto das empresas e fundos de investimentos no estrangeiro começou após um disco rígido cheio de dados corporativos, informações pessoas e e-mails chegar por correio”, diz seu relatório.
“Gerard Ryle, o diretor do ICIJ, obteve dados valiosos como resultados de sua investigação de três anos do escândalo ‘Firepower’ na Austrália, um caso que envolve paraísos fiscais e fraude corporativa”, acrescentou o Consórcio.
Desta maneira, reuniu-se um total de 2,5 milhões de arquivos, incluindo mais de 2 milhões de e-mails que ajudam a traçar como se realizaram as fraudes.
A análise de especialistas do ICIJ apresenta dados de 10 locais no estrangeiro, entre eles as Ilhas Virgens Britânicas, as Ilhas Cook e Cingapura.
“Há também informação de mais de 122 mil empresas estrangeiras e de fundos de investimento, cerca de 12 mil agentes intermediários e uns 130 mil registros sobre pessoas ou agentes que administram, possuem ou se beneficiam escondendo-se por trás de empresas estrangeiras”, destacou o ICIJ.
O ICIJ comunicou que estava apurando os dados para divulgação pública. Os endereços dos identificados distribuem-se por mais de 170 países e territórios.
“Os dados indicam que diretores de companhias e acionistas eram frequentemente intermediários, escritórios de advocacia ou outros tipos de ‘pessoas jurídicas’, alguns dos quais foram criados e eram administrados por outros candidatos ou até mesmo por outras empresas”, diz o início do relatório.
Entre os nomes revelados até o momento estão os bancos franceses BNP Paribas e o Banco Crédito Agrícola, os quais ajudaram seus clientes a criarem para paraísos fiscais. Há uma lista de 100 nomes envolvidos neste caso específico.
Também está na lista, Jean Jacques Augies, o tesoureiro de campanha do presidente francês François Hollande, no entanto, embora tivesse investimentos pendentes na empresa Eurane na China, dentre outras do país, Jean Jacques Augies alegou que não há nada de ilegal, relatou o Le Monde.
Outros citados incluem o presidente do Azerbaijão, Iham Alijev, suas filhas e esposa, segundo o ICIJ.
Da Espanha, há a colecionadora de arte Carmen Thyssen Bornemisza, e das Filipinas, a filha mais velha do ex-ditador Ferdinand Marcos, Maria.
Da Rússia, há a esposa do vice-primeiro-ministro russo Igor Shuvalov, que também é um homem de negócios próximo a Putin.
Também figuram quantias consideráveis pagas e subornos a funcionários venezuelanos.
Com o início das publicações do Offshore Leaks, gradualmente se revelarão quem e como se realizaram outras fraudes ficais.
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