A Europa precisa estabelecer metas de energias renováveis ambiciosas para 2030 ou os custos do sistema de eletricidade irão aumentar em cerca de € 2 bilhões por ano. Essa é uma das principais conclusões do novo relatório publicado hoje pelo Greenpeace, que visa alertar os líderes europeus que se reúnem em Bruxelas para discutir o novo rumo da energia no continente.
Muitos países da União Europeia querem decidir o rumo de seus setores elétricos nacionais sem considerar os planos de seus vizinhos. No entanto, o powE[R] 2030, novo relatório da Energynautics comprova que mesmo que poucos países adotem caminhos diferentes, isso já bastaria para gerar graves confrontos técnicos e econômicos entre o carvão, as usinas de energia nuclear e as energias renováveis, resultando em maiores custos ao sistema de energia de toda a União Europeia.
Estes custos elevados ocorrem quando a energia renovável é reduzida ou desligada para dar espaço a usinas nucleares ou movidas a carvão, que não podem ser desligadas por motivos técnicos. Além de aumentar as emissões de carbono e a produção de resíduos nucleares, operar desta forma ainda acrescenta custos desnecessários para o sistema uma vez que as energias renováveis, como a solar e a eólica, dependem apenas de vento e de Sol enquanto as outras usinas gastam comprando insumos como urânio e carvão.
Segundo Sven Teske, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Alemanha e co-autor do relatório, “as redes de energia da Europa podem ser modificadas e abastecidas por até 77% de energias renováveis em 2030, evitando uma série de custos desnecessários.
O Greenpeace propõe que o os governos europeus mudem suas ambições relacionadas a clima e energia para 2030, reduzindo as emissões de carbono em pelo menos 55%, aumentando a quota de energias renováveis para 45% e melhorando a eficiência em 40%.
“O estudo se junta a outras publicações recentes e atesta que a matriz eletrica europeia é capaz de assimilar uma grande penetração de energias renováveis flexíveis como eólica e solar, sem prejudicar a seguranca do suprimento do sistema. Isso indica que podemos almejar uma maior inserção de energias eólica e solar na matriz brasileira, reduzindo os gastos exorbitantes com térmicas e o risco de racionamento de energia no futuro”, disse Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
Esta matéria foi originalmente publicada pelo Greenpeace Brasil