O comissário europeu da Energia, Guenther Oettinger, alertou ontem (16) para a possibilidade de a Europa ter falta de gás no próximo inverno, depois de a Rússia ter anunciado que vai cessar o fornecimento à Ucrânia.
“As próximas semanas não serão problemáticas, vamos receber os volumes habituais de gás”, garantiu Guenther Oettinger, alertando, no entanto, para um possível problema caso o inverno seja rigoroso e a situação se mantenha.
O ministro da Energia ucraniano, Iuri Prodan, anunciou nesta segunda-feira que a Rússia suspendeu o fornecimento de gás à Ucrânia a partir de hoje. Prodan assegurou, no entanto, que a Ucrânia vai continuar transportando energia para a Europa.
“Fomos informados que o fornecimento de gás à Ucrânia foi reduzido a zero, o volume enviado [pela Rússia] será apenas o suficiente para o fornecimento aos países europeus. A Ucrânia vai garantir que esse transporte de gás chegue à Europa”, disse o ministro.
O corte de gás da Rússia à Ucrânia foi decidido hoje de manhã, depois de um ultimato para que a empresa estatal ucraniana de energia pagasse uma dívida de 1,45 bilhões de euros reclamada pela russa Gazprom. A Gazprom anunciou que o fornecimento do combustível ao país vizinho passará a ser feito apenas em sistema de pré-pagamento, mas alertou a Ucrânia para a sua obrigação de “garantir o transporte do combustível a terceiros”.
A União Europeia importa da Rússia quase metade do gás que consome (39%). Na maior parte das vezes, esse gás chega ao continente pela Ucrânia.