O secretário de Estado norte-americano (o equivalente a chanceler), John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, reúnem-se hoje (12) em Genebra (Suíça) para discutir o plano de ação destinado à destruição das armas químicas que deverão ser entregues pela Síria. O plano é uma tentativa de conter a iniciativa dos Estados Unidos de intervenção militar no país. A reunião deve durar pelo menos dois dias.
A proposta de destruição das armas foi apresentada pelos russos aos norte-americanos. Lavrov disse que a sugestão da Rússia é que o governo sírio coloque as armas químicas sob controle internacional para serem destruídas. A previsão inicial, de autoridades russas, é que a reunião possa ir até sábado (14).
Em entrevista coletiva anteontem (10), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ao Congresso para adiar a votação sobre a intervenção militar na Síria e defendeu que deve ser dada uma oportunidade à diplomacia. Os Estados Unidos acusam o governo sírio de ter atacado com armas químicas, em 21 de agosto, nos arredores de Damasco (a capital), matando cerca de 1,4 mil pessoas, principalmente crianças e adolescentes.
Pelo plano russo de destruição das armas químicas, quatro etapas devem ser cumpridas. Os detalhes são mantidos sob sigilo pelas autoridades. Segundo Lavrov, o objetivo da proposta é evitar o uso da força. O texto, de acordo com a imprensa russa, recomenda que a Síria assine o tratado da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês).
A proposta também sugere que o governo da Síria informe a localização dos arsenais de armas químicas e onde são produzidas, assim como autorize a entrada de inspetores da OPCW para examinar o que há no país. Por fim, o plano determina, em cooperação com os inspetores, como destruir as armas.
Esta matéria foi originalmente publicada pela Agência Brasil