EUA investem em segurança na América Latina para deter químicas de drogas da China

16/09/2013 11:18 Atualizado: 16/09/2013 11:18
Um funcionário do Ministério Público Federal observa barris de precursores químicos para metanfetamina que foram apreendidos em Queretaro, México (Procuradoria Geral da República dos EUA)
Um funcionário do Ministério Público Federal observa barris de precursores químicos para metanfetamina que foram apreendidos em Queretaro, México (Procuradoria Geral da República dos EUA)

A crescente epidemia de metanfetamina e outras drogas sintéticas nos Estados Unidos e na América Latina está sendo alimentada pelo abastecimento de ingredientes fornecidos pela China. Para conter o fluxo de produtos químicos chineses usados em drogas, os Estados Unidos estão investindo na segurança local.

Um memorando presidencial dos EUA divulgou que o secretário de Estado, em 13 de setembro, detalhou esforços para reduzir o trânsito, a produção de drogas e os produtos químicos para confeccioná-las.

O documento afirma que a cooperação entre vários países para “frear o contrabando de produtos essenciais e precursores químicos da China, usados para produzir drogas sintéticas ilícitas na América Central”, tem sido um elemento-chave, em particular, do mandato do Sistema de Integração da América Central (SICA) sobre a segurança do cidadão e outros programas.

O SICA é uma organização política e econômica de países da América Central, similar à União Europeia. Vários países de fora da América Central também participam como observadores regionais ou extrarregionais.

O memorando presidencial afirma que os esforços do SICA para deter o fluxo de precursores químicos da China “estão alinhados com o crescente abuso na última década de novas substâncias psicoativas (NSP), cuja produção é um problema crescente na América Central”.

A América Central tem sido relativamente bem sucedida nos esforços para capturar carregamentos de produtos químicos ilegais utilizados em NSP. Ainda segundo o memorando, o grande número de apreensões tem levado ao problema de como dispor e eliminar estes produtos químicos, o que os Estados Unidos se propõem a ajudar a resolver.

Os precursores químicos são enviados da China por meio das tríades chinesas – organizações da máfia que muitas vezes têm ligações com empresas ou associações municipais chinesas, segundo o China Brief, uma publicação da Fundação Jamestown. As tríades têm trabalhado com cartéis de drogas mexicanos, incluindo os Los Zetas, para o transporte de precursores químicos.

O impacto das organizações de tráfico de drogas tem sido prejudicial para a região. De acordo com um relatório de 7 de maio do Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA, as atividades de gangues transnacionais (como as tríades) e outros grupos criminosos financiados pelo dinheiro da droga “ameaçam sobrecarregar os governos da América Central”.