A crescente epidemia de metanfetamina e outras drogas sintéticas nos Estados Unidos e na América Latina está sendo alimentada pelo abastecimento de ingredientes fornecidos pela China. Para conter o fluxo de produtos químicos chineses usados em drogas, os Estados Unidos estão investindo na segurança local.
Um memorando presidencial dos EUA divulgou que o secretário de Estado, em 13 de setembro, detalhou esforços para reduzir o trânsito, a produção de drogas e os produtos químicos para confeccioná-las.
O documento afirma que a cooperação entre vários países para “frear o contrabando de produtos essenciais e precursores químicos da China, usados para produzir drogas sintéticas ilícitas na América Central”, tem sido um elemento-chave, em particular, do mandato do Sistema de Integração da América Central (SICA) sobre a segurança do cidadão e outros programas.
O SICA é uma organização política e econômica de países da América Central, similar à União Europeia. Vários países de fora da América Central também participam como observadores regionais ou extrarregionais.
O memorando presidencial afirma que os esforços do SICA para deter o fluxo de precursores químicos da China “estão alinhados com o crescente abuso na última década de novas substâncias psicoativas (NSP), cuja produção é um problema crescente na América Central”.
A América Central tem sido relativamente bem sucedida nos esforços para capturar carregamentos de produtos químicos ilegais utilizados em NSP. Ainda segundo o memorando, o grande número de apreensões tem levado ao problema de como dispor e eliminar estes produtos químicos, o que os Estados Unidos se propõem a ajudar a resolver.
Os precursores químicos são enviados da China por meio das tríades chinesas – organizações da máfia que muitas vezes têm ligações com empresas ou associações municipais chinesas, segundo o China Brief, uma publicação da Fundação Jamestown. As tríades têm trabalhado com cartéis de drogas mexicanos, incluindo os Los Zetas, para o transporte de precursores químicos.
O impacto das organizações de tráfico de drogas tem sido prejudicial para a região. De acordo com um relatório de 7 de maio do Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA, as atividades de gangues transnacionais (como as tríades) e outros grupos criminosos financiados pelo dinheiro da droga “ameaçam sobrecarregar os governos da América Central”.