Um herbicida de fabricação chinesa usado para matar cultivos ilegais, inclusive coca, pode causar uma divisão entre a Colômbia e agentes de narcóticos dos EUA que operam no país.
A Colômbia comprou o herbicida no ano passado, apesar das advertências dos Estados Unidos de que é altamente tóxico e até inflamável. Os Estados Unidos já disseram que se ele for usado de forma generalizada, seus agentes poderão sair do programa de erradicação da coca, informou o jornal El Espectador.
Especialistas também descobriram que a substância que estava nas embalagens vendidas a Colômbia não era a mesma que foi anunciada pelo fabricante chinês. A substância tinha compostos corrosivos e inflamáveis, que foram proibidos pelos Estados Unidos e pela União Europeia, informou o jornal.
O artigo disse que os rótulos dos produtos para o herbicida foram “inexplicavelmente alterados” para dizer que a substância satisfazia os requisitos de uso do país. Os novos rótulos foram identificados com “discrepâncias significativas” em comparação com os anteriores.
Em relação às advertências dos EUA, a porta-voz da polícia colombiana de narcóticos James Story disse que o governo está “analisando questões técnicas” e que o uso do spray para conter o tráfico de drogas e a produção “é um componente-chave”.
Durante a última década, os Estados Unidos enviaram agentes de drogas e bilhões de dólares à Colômbia para ajudar a nação sul-americana a lidar com o cultivo ilícito de drogas e as organizações do tráfico sob a égide do Plano Colômbia. O financiamento também inclui o pagamento de herbicidas que são pulverizados principalmente nos cultivos de coca e ópio.
Mas no ano passado, a Seção de Narcóticos da Embaixada dos EUA disse que não pagaria mais por herbicidas, deixando à Colômbia a responsabilidade, segundo o jornal.
Ao longo dos anos, ambientalistas têm criticado o uso de herbicidas na Colômbia, não o de fabricação chinesa, mas outros, para matar cultivos de drogas, incluindo micoherbicidas, que são feitos com substâncias tóxicas.