Os Estados Unidos apresentaram uma queixa contra a China por imporem novas obrigações excessivas sobre os veículos fabricados nos EUA, criando um clima econômico que o presidente Barack Obama afirma ser injusto.
Obama, que falou em 5 de julho na cidade de Toledo, em Ohio, disse que sua administração interveio na Organização Mundial do Comércio (OMC). “Ainda esta manhã, meu governo tomou uma nova ação para responsabilizar a China por práticas comerciais desleais que prejudicam montadoras norte-americanas”, disse ele, segundo a transcrição.
Mais de 80% das vendas de automóveis dos EUA para a China, principalmente da General Motors e Chrysler, têm impostos sobre elas, segundo dados divulgados pela Casa Branca. Os Estados Unidos exportam mais de 3 bilhões de dólares em veículos para a China. “Os norte-americanos e os trabalhadores norte-americanos fabricam produtos melhores do que ninguém. Então, enquanto estivermos competindo num campo justo ao invés de um injusto, nós faremos muito bem”, disse o presidente. “Mas nos certificaremos de que a concorrência seja justa.”
A China, que recentemente se tornou o maior mercado mundial de automóveis, anunciou os impostos sobre as importações de equipamentos maiores, veículos fabricados nos EUA, no final de 2011. Os impostos elevam o preço dos carros de fabricação norte-americana, tornando-os menos competitivos no mercado automobilístico da China, portanto, eles parecem ser incompatíveis com as normas da OMC. Alguns dos veículos afetados pelas taxações são produzidos nas fábricas localizadas em Toledo.
“Como deixamos claro, o governo Obama continuará a lutar para garantir que a China não abuse de suas leis comerciais e viole seus compromissos comerciais internacionais para bloquear as exportações de produtos fabricados nos EUA”, disse Ron Kirk, um representante do Comércio dos EUA, num comunicado, confirmando o pedido feito à OMC.
Recentemente, os Estados Unidos também desafiaram impostos cobrados pela China em relação a outros produtos de fabricação norte-americana, incluindo produtos siderúrgicos e produtos de frango. Os Estados Unidos também questionaram a China por sua restrição de elementos de terras raras, que são usados na fabricação de componentes eletrônicos.
Mitt Romney acusou o presidente de ser demasiado sutil com a China sobre suas práticas comerciais. Na quinta-feira, a campanha de Romney sugeriu que os recentes esforços de Obama em desafiar a China eram uma manobra politicamente motivada numa época de eleição. “O candidato Obama pode falar duro sobre se posicionar contra a China e lutar pela fabricação norte-americana, mas o presidente Obama não foi efetivo. Depois de três anos e meio, o setor manufatureiro ainda está prejudicado e a China continua a jogar por suas próprias regras”, disse Andrea Saul, a porta-voz de Romney, num comunicado.
Jay Carney, o porta-voz de Obama, disse que a ação na OMC de quinta-feira é a sétima tomada contra as políticas de Pequim, acrescentando que todas foram bem sucedidas. “O ritmo das ações tomadas por este governo é o dobro do do governo anterior”, disse Carney, segundo uma transcrição.