O exército dos Estados Unidos capturou um suspeito ligado ao ataque terrorista de 2012 contra o consulado americano em Bengasi, em uma operação secreta na Líbia durante o fim de semana, informou ontem (17) o jornal The New York Times, citando informações do Pentágono. “Posso confirmar que no domingo, em 15 de junho, o exército americano capturou Ahmed Abu Khatallah, uma figura-chave nos ataques contra instalações dos Estados Unidos em Bengasi, na Líbia, em setembro de 2012”, declarou o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby.
O ataque de terroristas fortemente armados contra o consulado dos Estados Unidos em Bengasi matou quatro americanos, incluindo o embaixador Christopher Stevens. Momentos depois da comunicação do Pentágono, o presidente Barack Obama divulgou uma nota oficial sobre a prisão de Khatallah. “Após os ataques mortais em nossas instalações em Bengasi, era uma prioridade encontrar e trazer à Justiça os responsáveis pelas mortes de quatro bravos americanos”, diz o texto.
Para o presidente, a prisão do suspeito representa “um testemunho dos esforços diligentes dos militares, policiais e pessoal de inteligência”. Falando em condição de anonimato, um oficial militar americano disse que Khattala foi capturado nos arredores de Bengasi. Não foram disparados tiros, nenhum civil foi ferido e ninguém, além do suspeito, foi levado em custódia, disse o funcionário. “Foi muito limpo, entramos e saímos sem ninguém ferido”, disse.
Perguntado se Khatalla estava sendo transferido para os Estados Unidos, o oficial respondeu: “Ele não está aqui. Ainda”. De acordo com o jornal, segundo o histórico de operações similares feitas pelos americanos, os militares costumam deixar os suspeitos a bordo de navios antes de enviá-los para os Estados Unidos, onde enfrentam acusações judiciais.
Um diplomata americano familiarizado com a operação rejeitou qualquer suspeita de que a ação tinha sido organizada pelo governo Obama para desviar a atenção pública da ofensiva jihadista sunita no Iraque. “Não há conexão com o Iraque”, disse o diplomata, que também não teve seu nome mencionado pelo jornal. A fonte diplomática também confirmou que Khatalla estava sob vigilância mantida por oficiais da inteligência americana há meses. “Nenhuma destas ações são executadas casualmente. Houve um grau significativo de planejamento”, explicou.
Questionado sobre o impacto da detenção de Khattala para o extremismo na Líbia, o diplomata respondeu: “Ele claramente era um fator negativo em Bengasi, e agora há um fator negativo a menos”.