Por Agência EFE
Os Estados Unidos denunciaram nesta segunda-feira (10) durante uma reunião na ONU que o governo da Venezuela está desviando recursos do sistema de distribuição de alimentos para a população do país e também explorando ilegalmente jazidas de ouro.
“Estamos falando de uma cleptocracia que opera em uma escala poucas vezes vistas na história moderna”, disse o subsecretário do Tesouro dos Estados Unidos, Marshall Billingslea, em reunião informal do Conselho de Segurança da ONU para tratar sobre a crise na Venezuela.
Segundo o representante americano, este seria o terceiro “saque” cometido pelo chavismo. A primeira vítima foi a indústria petrolífera. Agora, as “vítimas” são as jazidas de ouro e o sistema de repartição de alimentos para os venezuelanos.
Billingslea afirmou que o governo de Nicolás Maduro forçou a saída de empresas de mineração legítimas e agora promove explorações ilegais no sul do país, sem a aprovação da Assembleia Nacional.
O subsecretário apresentou imagens de satélite mostrando as jazidas e denunciou que a exploração está ocorrendo com total desprezo pelas populações indígenas da região e pelo meio ambiente, provocando uma importante poluição da água com mercúrio.
Além disso, Billingslea afirmou que há relatórios que apontam que grande parte do negócio é controlado por organizações criminosas.
“Os Estados Unidos estão muito interessados em saber para aonde está indo o ouro extraído e como ele está enchendo ainda mais os bolsos do regime de Maduro”, afirmou o subsecretário.
Para fiscalizar a movimentação do dinheiro, Billingslea pediu a cooperação de outros países e instituições financeiras. O objetivo americano é conseguir informações sobre operações suspeitas.
Outro foco das críticas de Billingslea são os Comitês Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), criados pelo governo de Maduro para distribuir alimentos para os venezuelanos.
Segundo o subsecretário americano, os comitês estão sendo usados para controlar a população e como meio de enriquecimento do regime.
Billingslea disse que os Estados Unidos e outros países receberam “informações críveis” de que os “camaradas de Maduro estão roubando grandes quantias desse programa”. Segundo o representante americano, não fosse a corrupção, esses comitês poderiam estar alimentando um número três vezes maior de venezuelanos.
“Sob Maduro, o desvio, a corrupção e a fraude se transformaram em política econômica, destinada a manter a lealdade de figuras do regime que apoiam sua continuidade”, denunciou o representante americano durante a reunião na ONU.