“Nós sabemos o que gostamos, e certamente não é a arte moderna!”, disse a manchete da mídia britânica MailOnline que liderou uma ampla pesquisa numa famosa galeria de Londres sobre arte clássica.
Membros do público parecem não gostar de observar a arte moderna ou instalações desta natureza, preferem a arte clássica, segundo uma pesquisa realizada na galeria Tate Britain por Philip Hensher, um crítico de arte da mídia britânica MailOnline.
Com o intuito de realizar uma pesquisa de opinião, Hensher, juntamente com oito observadores, registraram as reações genuínas dos visitantes do museu. A pesquisa pôs a prova artistas modernos como: Damien Hirst, Tracy Emin e Rachel Whiteread, e grandes mestres da história como William Hogarth e John Singer Sargent.
Os observadores passaram um dia registrando as reações das pessoas diante de quatro pinturas clássicas, comparando-as as reações diante de quatro famosas obras de artistas britânicos contemporâneos, explica o artigo do MailOnline. Os observadores consideraram o tempo que os visitantes observaram cada pintura e o tipo de visitantes atraídos pela obra.
“Surpreendentemente, apesar de todas as controvérsias e da promoção pública feita em favor dos novos artistas britânicos, estes não conseguiram tão bons resultados neste experimento como os artistas dos séculos XVIII e XIX”, segundo o artigo.
Por exemplo, o tempo de observação média de 379 visitantes de uma pintura de Damien Hirst, que consiste numa grande quadrado com pequenos pontos coloridos, foi de cinco segundos, enquanto o mais longo foi de trinta segundos. Alguns observadores notaram que a maioria das pessoas só passava pela obra, sem parar para observá-la.
“Uma mulher de meia-idade suspirou, deu um passo atrás, balançou a cabeça negativamente e depois se afastou.” Uma mulher de 24 anos disse: “Para mim, parece apenas uma papel de embrulho. Bonito design”, informou o relatório.
Observadores notaram que os grupos de crianças em idade escolar estavam interessados na ovelha em formol de Hirst, que provocou risos. Uma ovelha morta flutuando em formol numa vitrine.
A sala de Damien Hirst está composta por cinco obras importantes que abarcam a carreira de Hirst, comentou a galeria, incluindo borboletas mortas e uma foto de uma cabeça decepada.
“Ofélia”, de Sir John Everett Millais, foi uma das favoritas. Ela retrata a heroína trágica de Shakespeare, que caiu num rio e se deixou afogar.
Dos 562 visitantes, o tempo de observação médio para esta pintura foi cerca de um minuto, 57 segundos, enquanto o mais longo foi de 30 minutos. Em geral, os espectadores foram cativados, e de acordo com os registros, cerca de metade discutiu sobre esta pintura. Em contraste, as pessoas só deram breves olhadas nas obras contemporâneas.
“Carnation, Lily, Lily, Rose”, de John Singer Sargent, foi outra das favoritas, com um tempo médio de observação de 59 segundos e o mais longo de 3 minutos, de acordo com o estudo. A pintura é uma bela imagem de duas meninas rodeadas por flores num jardim. Elas estão segurando lanternas no que parece ser a luz do pôr do sol. O público expressou abertamente seu amor pelo trabalho.
Um homem da Flórida, de 56 anos, disse no relatório: “Eu fui atraído pela luz e textura da grama ao redor de seus pés. Eu prefiro as obras mais tradicionais. Há algo nas obras modernas que é menos esperançoso.”
Os diretores dos museus e galerias deveriam pensar duas vezes sobre o que eles estão se dedicando em mostrar ao público.
O presidente do Centro de Renovação da Arte, Fred Ross, disse em seu discurso “Arte Boa, Arte Ruim: Abrindo a Cortina”, realizado numa conferência em 2001 no Museu Metropolitano de Arte em Nova York: “O modernismo é arte sobre a arte. Uma pessoa se pergunta incessantemente, até saciar-se, o que é arte? O que é arte? Somente aquelas coisas que ampliam os limites da arte são boas, tudo mais é ruim [no modernismo]. É a arte sobre a arte. Embora todas as grandes obras de arte na história, meus amigos, sejam arte sobre a vida.”