De acordo com um estudo internacional, a tendência de uma pessoa ao efeito placebo pode variar de acordo com certos traços de personalidade.
A pesquisa foi baseada num grupo relativamente pequeno de participantes, e mostrou que cerca de um quarto do efeito está relacionado com a resiliência, a retidão, altruísmo e a raiva.
“Começamos este estudo não apenas olhando para medidas que parecem ser mais óbvias relacionadas a respostas ao placebo, como talvez a impulsividade, ou busca por ganhos pessoais, mas explorando possíveis associações em geral, sem uma hipótese em particular”, disse o coautor Jon-Kar Zubieta da Universidade de Michigan, num comunicado de imprensa.
“Acabamos descobrindo que a maior influência veio de uma série de fatores relacionados à resiliência individual, à capacidade de suportar e superar estresse e situações difíceis.”
“Pessoas com esses fatores tiveram a maior capacidade de levar, captar informações sobre o ambiente – o placebo – e convertê-lo numa mudança na biologia.”
A equipe testou cerca de 50 voluntários saudáveis do sexo masculino e feminino entre 19 e 38 anos, usando o padrão de testes psicológicos para identificar traços de personalidade.
Eles, então, mapearam os cérebros dos indivíduos com um scanner de tomografia por emissão de pósitrons (PET), enquanto injetavam água salgada em seus músculos da mandíbula para causar dor, seguido de um, assim chamado, analgésico – que, na verdade, era um placebo – durante 20 minutos.
Os exames mostraram o nível de analgésicos naturais liberados por diferentes partes do cérebro e exames de sangue foram usados para medir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.
Estes resultados foram analisados em relação aos traços de personalidade, e mostrou que tipos nervosos e hostis tiveram os menores efeitos do placebo.
Níveis de analgésicos naturais e níveis de intensidade de dor foram influenciados por traços de personalidade e pelo efeito placebo, mas os níveis de cortisol não pareceram ser afetados.
As descobertas podem se aplicar a outras circunstâncias indutoras de stress, e foram publicadas em Neuropsychopharmacology (Neuropsicofarmacologia) dia 16 de novembro.