Estudo indica que brancos são mais propensos à arritmia cardíaca

25/11/2013 13:32 Atualizado: 25/11/2013 13:32

As novas descobertas sugerem que a raça ou etnia é um fator importante no desenvolvimento de uma doença cardíaca comum chamada fibrilação atrial, ou arritmia cardíaca.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco (UCSF), revelaram que os brancos são mais propensos (estatisticamente) a desenvolver fibrilação atrial do que as pessoas de outras raças ou etnias, e acreditam que a condição está ligada às características genéticas dos caucasianos de descendência europeia.

“Nós descobrimos que cada raça tem um menor risco estatisticamente significativo de fibrilação atrial em comparação com os brancos”, disse o autor do estudo, Gregory Marcus, MD, MAS, FHRS, professor associado de medicina na Divisão de Cardiologia da UCSF, em uma declaração à imprensa realizada em outubro.

A fibrilação atrial é a arritmia cardíaca mais comum, de acordo com o comunicado de imprensa, e pode ser descrita como uma vibração involuntária, ou uma batida de coração acelerando a partir do nada o ritmo cardíaco, o que é potencialmente fatal e pode causar um acidente vascular cerebral.

“Presumivelmente, pode haver um gene ou conjunto de genes que aumenta o risco de fibrilação atrial. Segundo várias análises do estudo, o risco não está relacionado com problemas cardíacos já existentes, tais como pressão arterial elevada ou doença cardíaca existente”, disse Marcus em comunicado.

Pesquisadores da UCSF estudaram 14 milhões de pacientes nos hospitais da Califórnia entre 2005 e 2009. O grupo de pacientes incluiu caucasianos, afro-americanos, hispânicos e asiáticos americanos, de acordo com o comunicado.

Um estudo anterior concluiu que os afro-americanos corriam menos risco de fibrilação atrial do que os brancos, apesar de ter mais fatores de risco para a doença.

“Ficamos surpresos ao descobrir que asiático-americanos e hispânicos têm o risco diminuído de fibrilação atrial, como os afro-americanos, o que sugere que há alguma característica única dos brancos que aumenta a probabilidade de este ritmo cardíaco anormal”, disse o autor do estudo, Thomas A. Dewland, MD, colega de eletrofisiologia cardíaca na Divisão de Cardiologia da UCSF, em comunicado de imprensa.

A fibrilação atrial é responsável por mais de 80 mil mortes por ano e é considerada uma epidemia, de acordo com o site a-fib.com. Pesquisadores da UCSF esperam realizar novos estudos com base nos resultados atuais para determinar as razões exatas da disparidade entre os diferentes grupos étnicos, bem como para prever e tratar o ritmo cardíaco anormal.