Estudo de órgão oficial chinês afirma que internautas chineses são pobres e sem educação

26/06/2013 16:25 Atualizado: 26/06/2013 16:25
Relatório teria relação com lentidão no serviço Sina Weibo
A primeira página do Beijing Evening News na terça-feira 24 de junho. O jornal reportou sobre um estudo da Academia Chinesa de Ciências Sociais que afirma que internautas no Weibo são sem educação e de baixa renda

Usuários chineses de serviços de microblogues como o popular Sina Weibo, um análogo ao Twitter, seriam mal educados e de baixa renda, segundo um estudo recente da Academia Chinesa de Ciências Sociais, um instituto de pesquisa do regime chinês. As conclusões do estudo foram seriamente relatadas num artigo de primeira página na mídia estatal Beijing Evening News, mas, como de costume, os internautas ironizaram e ridicularizaram o estudo.

Os usuários da plataforma de microblogue mais popular da China, o Sina Weibo, foram retratados pelo estudo como fofoqueiros de colarinho azul, cujas postagens seriam um terço boatos. Em resposta, um internauta de Hubei chamado Luo Yi escreveu: “Como alguém que só fala mentiras o tempo todo não se envergonha de humilhar uma população em que dois terços dizem a verdade?”

O instituto afirmou em seu estudo que 92,2% dos blogueiros ganham menos de 5 mil yuanes (US$ 814) por mês. Estudantes comporiam a maioria dos internautas do Weibo, assim, eles rebaixaram a renda média. “Vocês contaram quantas pessoas recebem salário mensal inferior a 2 mil yuanes? Vocês contaram quantas crianças estão morrendo de fome na China?”, questionou um internauta de Pequim chamado Peng Yuan. E dirigiu-se ao instituto e a mídia de Pequim dizendo: “Que grupo de covardes!”

Para combater a atual corrente desfavorável da opinião pública online, as autoridades chinesas teriam criado equipes que criam e administram páginas no Weibo, além de postar, excluir e moderar as postagens na web chinesa. De acordo com o Beijing Evening News, até o final de 2012, o número de contas no Weibo afiliadas com mídias estatais do Partido Comunista Chinês (PCC) seria superior a 110 mil, embora o artigo não tenha explicado como pode haver um número tão grande de contas de mídias oficiais no Weibo.

De qualquer forma, segundo o Beijing Evening News: “O aumento das contas no Weibo afiliadas com mídias estatais do PCC alterou o ritmo lento como a mídia dominante responde a eventos polêmicos na internet e tem melhorado a capacidade da mídia dominante de direcionar a opinião pública.” No artigo, o termo “mídia dominante” foi usado para se referir à mídia controlada pelo PCC. Embora a maioria dos internautas reconheça o gradual incremento da censura e da propaganda online, a presença popular crítica na internet chinesa nunca foi lenta e tem se fortalecido mesmo com as medidas repressivas do regime chinês.

No mesmo dia em que a reportagem de capa foi publicada, o Weibo começou a responder muito lentamente as solicitações dos servidores. Às 10 horas de 25 de junho, horário de Pequim, momento em que o Weibo costuma estar movimentado, o sistema se arrastava, levando mais tempo que o normal para carregar uma página e muitas vezes exibindo uma tela com a mensagem: “O servidor retornou uma resposta inválida ou incompleta. Por favor, tente novamente mais tarde.” Não ficou claro se o artigo e a desaceleração da rede teriam relação.

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