Pela primeira vez existe uma evidência na forma de pesquisa, feita pela Associação [Norte] Americana de Psicologia (APA), para apoiar a crença de que nos sentimos melhor ao presentear outros do que ao comprar algo para nós mesmos.
“Nossas descobertas sugerem que a recompensa experimentada ao ajudar os outros pode estar profundamente enraizada na natureza humana, surgindo em diversos contextos culturais e econômicos”, escreveram os pesquisadores na introdução do relatório.
A pesquisa intitulada “Gastos pró-sociais e bem-estar: evidência intercultural de uma universal psicológica“, foi publicada pela APA no Journal of Personality and Social Psychology (Periódico de Psicologia da Personalidade e Social).
Ao longo de vários experimentos, os resultados foram os mesmo em todo o mundo – todas as pessoas gostam de doar, e isso as tornam felizes. Pesquisadores chamaram o sentimento resultante de um “brilho especial”.
Eles observaram especificamente pessoas que deram dinheiro, e não houve uma diferença entre países ricos e pobres.
Eles analisaram dados de pesquisas em 136 países reunidos no Gallup World Poll (uma espécie de IBOPE) entre 2006 e 2008. Os dados foram coletados a partir de 234.917 indivíduos e metade era do sexo masculino. A idade média era 38 anos.
Embora não esteja cientificamente comprovado, várias pessoas ricas têm afirmado encontrar a felicidade em doar, e os pesquisadores notaram isso.
Warren Buffett, o famoso bilionário americano, fez uma promessa em 2010 que mais de 99% de sua fortuna iria para a filantropia durante sua vida. Ele também disse que o estilo de vida de sua família, em relação a doações, não iria mudar, e que gastar todo o seu dinheiro em si mesmo não lhe traria felicidade. Buffett só quer manter aquilo que precisa e dar o restante à sociedade.
Os pesquisadores examinaram o que Buffett disse e se perguntaram: “Será que gastar dinheiro com os outros promove a felicidade mesmo em áreas relativamente mais pobres do mundo?”
Em uma análise, eles compararam as respostas de 820 pessoas de Universidades no Canadá e Uganda. Os participantes escreveram sobre quando gastaram dinheiro consigo e com outros. Eles foram, então, perguntados sobre quão felizes se sentiram.
A pesquisa concluiu, “Os participantes no Canadá e Uganda relataram níveis mais elevados de felicidade quando pensaram em gastar dinheiro com os outros e não consigo mesmos”.
Em seguida, foram perguntados se haviam gasto dinheiro com alguém para construir ou fortalecer um relacionamento. Os pesquisadores descobriram que as pessoas ainda se sentiam muito felizes em presentear outras pessoas, mesmo quando um pequeno ganho pessoal era esperado em troca – como um elogio ou a experiência de comprar.
Em outro exemplo, os pesquisadores analisaram os participantes do Canadá e da África do Sul. Os participantes compraram um presente para si mesmo e compraram exatamente o mesmo presente, anonimamente, para alguém. Ninguém fora do experimento teve consciência do ato de generosidade.
Acontece que, de acordo com o estudo, fazer algo para outra pessoa, e não para si próprio, dá às pessoas níveis mais elevados de emoções positivas.