Estudo acusa Google, Microsoft e Yahoo de enganar usuários com anúncios

20/10/2014 04:24 Atualizado: 20/10/2014 04:24

Relatório do especialista em marketing online, Ben Edelman, faz forte crítica a grandes empresas como Google, Yahoo e Microsoft, pois alerta que frequentemente as páginas retornadas em buscas na Internet – Google, Yahoo e Bing – retornam conteúdo cheio de anúncios dispostos de modo a confundir e enganar os usuários e levá-los a clicarem em conteúdo patrocinado visando a prioritariamente maximizar o lucros das empresas patrocinadoras.

Ben Edelman aponta que muitos dos elementos que delimitavam e identificavam os anúncios estão desaparecendo. O uso de texto, links, cores e fontes que permitiam ao usuário distinguir claramente entre o conteúdo orgânico (da busca) e o patrocinado praticamente desapareceram, algo que é eticamente questionável.

Ben fez buscas simples, usando palavras como “vestidos” ou “calças”, para ver como o conteúdo patrocinado era exibido. O resultado foi exatamente o esperado: os links estão cada vez mais dispostos de modo a confundir e enganar o usuário, gerando cliques indesejados em conteúdo patrocinado para assim gerar lucros abusivos para as empresas e seus patrocinadores.

Um resultado exibido pelo buscador da Yahoo mostrou apenas anúncios na primeira página, algo considerado negativo e desrespeitoso por muitos usuários. Ben Edelman disse que é algo que não apenas é nocivo aos usuários como também é um desrespeito aos órgãos federais de regulação dos EUA. O especialista criticou a atuação do governo que, embora já tenha notificado Google, Microsoft, Yahoo sobre isso, não fiscaliza e age concretamente para acabar com esse abuso.

As leis de defesa ao consumidor dos Estados Unidos estabelecem que anúncios online devem ser “expostos de maneira explícita e sem ambiguidades, com sombras e bordas proeminentes”, que devem ser colocados de forma a não confundir os usuários. Mas não é o que se vê.

Em 2013, a FTC, Federal Trade Comission, apontou um aumento nesse abuso e, segundo o órgão, essas empresas estão pouco dispostas a cooperar para criar uma normatização voltado ao conteúdo das páginas, principalmente por ser um mercado extremamente lucrativo e que, em 2014, deve ultrapassar a US$ 50 bilhões.

O estudo fez que a imprensa internacional fale mais sobre o assunto, no entanto, nem os órgãos de fiscalização nem as empresas se pronunciaram a respeito. Porém, o assunto vem ganhando cada vez mais destaque; a expectativa é que o assunto ganhe força e leve a mudanças no modo como as empresas exploram a publicidade na Internet.