Estudantes de Hong Kong dizem não a Frente Unida chinesa

17/10/2012 20:28 Atualizado: 31/10/2012 20:31
Carta aberta diz que não há confiança ou amizade até que o massacre da Praça da Paz Celestial seja retratado
Protestos estudantis em Hong Kong em setembro deste ano rejeitaram um programa educacional desenvolvido na China comunista para estudantes de Hong Kong. (Song Xianglong/The Epoch Times)

Líderes estudantis em Hong Kong rejeitaram um convite no final de setembro para visitar uma base naval numa ilha próxima, informou o Apple Daily, no que foi uma grande demonstração de desaprovação ao Partido Comunista Chinês e um episódio possivelmente embaraçoso para os oficiais da China continental.

O Departamento da Juventude do Gabinete de Ligação do governo central chinês em Hong Kong pediu aos líderes estudantis em oito faculdades para participarem de uma “visita amistosa” para ajudar os estudantes e militares a se entenderem. Foi um evento de alto nível. O chefe das Forças Armadas baseadas em Hong Kong, os líderes do Gabinete de Ligação, o secretário da Secretaria Administrativa, os chefes de 12 faculdades e 700 alunos participaram.

A Federação dos Estudantes de Hong Kong respondeu com uma carta aberta em 11 de outubro que dizia em parte, “Nós não aceitamos a frente unida do regime comunista chinês. Não participaremos deste evento e queremos explicar o motivo publicamente.”

O termo ‘frente unida’ se refere aos esforços do Partido Comunista Chinês (PCC) de atrair grupos independentes ou pessoas para sua esfera de influência.

Segundo a carta, os estudantes não podem ser amigos dos militares chineses até que as vítimas do massacre estudantil da Praça Tiananmen de 1989 sejam retratadas. “Uma troca é para promover a amizade, mas a amizade deve ser construída na confiança mútua. A questão é: Podemos acreditar no Exército da Liberação Popular? Certa vez, fizemos uma promessa de nunca esquecer o sofrimento do verão de 1989”, disse a carta aberta.

Os alunos também escreveram que o povo de Hong Kong estava irritado que o continente não esteja honrando a promessa de ‘um país, dois sistemas’ feita quando Hong Kong foi recuperada. O regime chinês tem suprimido estudiosos e interferido nas eleições de Hong Kong. Embora os alunos estejam ansiosos por aprender sobre a China, eles não estão dispostos a elogiar o PCC como uma pré-condição para aprenderem ela, diz a carta.

Um político pró-Pequim disse ao Apple Daily que a visita de amizade de grande escala foi feita para conquistar os estudantes de Hong Kong e que isso mostrou que os líderes do PCC estão preocupados com os sentimentos anticomunistas dos estudantes.

“Particularmente, os protesto anti-educação nacional em Hong Kong e a greve dos estudantes no salão universitário da Universidade Chinesa de Hong Kong com a participação de oito mil estudantes e professores gritando slogans ‘anticolonização’ atingiram o nervo da liderança central”, reportou o Apple Daily.

Ele disse que os líderes do PCC estão preocupados com um potencial movimento estudantil e, portanto, querem que os oficiais baseados em Hong Kong tentem com mais insistência mudar as ideias dos estudantes.

O Gabinete de Ligação do governo central chinês é uma agência parenta e ramo de Hong Kong da agência de notícias Xinhua. Fundado em maio de 1947, o Gabinete de Ligação representa o PCC em Hong Kong, segundo seu website oficial.

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