Estudantes chineses falsificam contratos de trabalho

25/07/2013 17:06 Atualizado: 25/07/2013 17:06
Estudantes chineses procuram trabalho numa feira em Hefei, província de Anhui, China (AFP/AFP/Getty Images)

Preocupadas com as taxas de desemprego para os jovens na China, as universidades começaram a forçar os formandos a assinarem contratos de trabalho para receber seus diplomas. Em algumas ocasiões, os alunos forjam contratos de trabalho para poderem se graduar e serem competitivos no mercado de trabalho, segundo artigos da mídia chinesa.

Uma das causas do desemprego atual entre recém-graduados universitários é um conflito estrutural na economia, em que não há postos de trabalho adequados para as áreas de estudo que muitos se especializam. Além disso, a turma de formandos de 2013 é a maior da história na China e o crescimento lento da economia não oferece posições qualificadas suficientes para incorporar este acréscimo de força de trabalho.

O problema é proeminente para graduados em diversos campos, incluindo inglês, direito, ciência da computação e tecnologia, contabilidade, comércio internacional e administração industrial e comercial. “De fato, a economia chinesa não está se movendo rapidamente na tão discutida cadeia de valor”, escreveu Gordon G. Chang, um comentarista sobre a China, na Forbes.com.

As universidades começaram a exigir que os alunos tenham assinado contratos de trabalho antes de lhes permitir a graduação – o que tem resultado em estudantes comprando tais documentos no Taobao, um equivalente chinês do Ebay, e então subornam empresários locais para carimbá-los. Vendedores ilegais destes documentos dizem que, com o aumento do número de jovens digladiando-se no mercado de trabalho, a venda de contratos de trabalho falsos se tornou um bom ramo de negócio.

“Eu sei que é horrível, mas eu tinha de ter certeza que obteria meu diploma, caso contrário, quatro anos de trabalho duro e estudo teriam sido desperdiçados”, disse Lu, um estudante prestes a se formar, ao jornal estatal Global Times, a respeito de sua decisão de comprar um contrato falso por 200 yuanes (c. US$ 32).

Em seguida, os escritórios de emprego nas universidades calculam os empregos falsos como parte da taxa de emprego dos diplomados do ano, resultando num número inflado.

A taxa oficial de desemprego é de 4,1%, mas este número tem sido amplamente criticado por economistas do setor privado como não confiável, porque tem havido pouca flutuação, mesmo durante crises econômicas.

O percentual de estudantes chineses a caminho de se graduar que assinaram contratos de trabalho é de 52,4%, o que é cerca de 7% inferior ao ano passado, segundo a Forbes. De acordo com Pequim, cada 1% de queda no crescimento do PIB elimina um milhão de empregos. A situação do declínio da oferta de emprego é uma indicação extra de que a economia chinesa não está se expandindo a taxa de 7,7% que Pequim tem afirmado.

Xiong Bingqi, o vice-chanceler do Instituto Século 21 de Pesquisa da Educação, propôs formas alternativas de medir a taxa de emprego oficial, segundo o Noticiário da Educação da China. Xiong defende atribuir a organizações independentes de boa reputação que façam os cálculos para limitar os dados falsificados.

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