Estrelas mais luminosas preferem companhia

05/08/2012 03:00 Atualizado: 06/08/2013 18:36

Concepção artística de uma estrela vampira e sua vítima. (ESO/L. Calçada/S.E. de Mink)Quase três quartos das estrelas mais quentes e mais brilhantes ou estrelas tipo-O no nosso universo tem uma estrela companheira, segundo novos dados de telescópio VLT do Observatório Europeu do Sul (ESO).

Este número é muito maior do que o anteriormente pensado. A maioria destes pares ou binários também experimenta interações perturbadoras, tais como transferência de massa e vampirismo estelar, e cerca de um terço pode se fundir numa única estrela.

Apesar de formarem apenas uma pequena fração de todas as estrelas, os ventos violentos e choques associados a essas estrelas gigantes produzem efeitos significativos sobre os seus arredores, como provocarem ou interromperem a formação de estrelas e gerarem explosões de supernovas e raios gama. Portanto, estrelas tipo-O desempenham um papel crucial na evolução das galáxias.

Uma equipe internacional de astrônomos estudou 71 estrelas tipo-O únicas e binárias em seis aglomerados de estrelas jovens em nossa galáxia.

“Essas estrelas são gigantes absolutos”, disse o principal autor do estudo Hugues Sana da Universidade de Amsterdã, na Holanda, num comunicado de imprensa. “Elas têm 15 ou mais vezes a massa do nosso sol e podem ser até um milhão de vezes mais brilhantes.

“Essas estrelas são tão quentes que brilham com uma luz branco-azulada forte e têm temperaturas de superfície de mais de 30 mil graus Celsius.”

A equipe descobriu que a proporção de estrelas binárias que estão próximas o suficiente para interagirem é muito maior do que o esperado.

“A vida de uma estrela é grandemente afetada se ela existir ao lado de outra”, disse a coautora Selma de Mink do Instituto Científico Telescópio Espacial, dos EUA, no comunicado. “Se duas estrelas orbitam muito próximas uma da outra, elas podem, eventualmente, se fundir.”

“Mas mesmo que isso não aconteça, uma estrela, frequentemente, absorverá matéria da superfície de sua vizinha.”

O estudo foi publicado na Science em 27 de julho.