Estranhas tempestades que definiram batalhas: intervenção divina ou apenas coincidência?

22/12/2015 19:12 Atualizado: 22/12/2015 19:12

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De todas as batalhas registradas na história, é provável que, pelo menos algumas, envolveram dramáticos eventos climáticos, como grandes tempestades ou furacões. Alguns detalhes destas batalhas parecem se alinhar tão perfeitamente, que as pessoas atribuíram as vitórias e as derrotas à intervenção divina.

Um tornado combateu na Guerra de 1812

Em 25 de agosto de 1814, quando a Casa Branca e outros edifícios públicos queimaram devido aos incêndios provocados pelos britânicos, o céu escureceu e a chuva apagou as chamas. O tornado mais destrutivo já visto na capital Washington tocou o solo e matou mais soldados britânicos do que todas as balas disparadas pela resistência americana, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia Americano.

Foi “apenas coincidência” ou a tempestade apareceu naquele exato momento pela providência divina?

O almirante britânico George Cockburn supostamente teve uma conversa com uma mulher do local, enquanto ele e os soldados britânicos fugiam da cidade tempestuosa. Isso foi registrado pelos meteorologistas Kevin Ambrose, Dan Henry e Andy Weiss, em seu livro, “Washington Weather”.

Cockburn perguntou: “Você está acostumada com este tipo de tempestade neste país infernal?” A senhora respondeu: “Não, senhor, esta é uma interposição divina para tirar os inimigos de nossa cidade.” O almirante respondeu: “Não é verdade, Senhora. É, em vez disso, para ajudar os seus inimigos na destruição de sua cidade”.

"Tomada da cidade de Washington", uma gravura de 1814 de "A História da Inglaterra", de autoria de Paul de Rapin (Domínio público)
“Tomada da cidade de Washington”, uma gravura de 1814 de “A História da Inglaterra”, de autoria de Paul de Rapin (Domínio público)

A água pode ter apagado as chamas e o tornado pode ter assustado os britânicos, mas ao mesmo tempo, a tempestade danificou a cidade, principalmente a parte residencial.

Foi um evento climático incomum para Washington. Desde então, sete tornados atingiram a capital, mas nenhum causou tantos danos. E foi o único tornado que registrou vítimas fatais.

A Inglaterra é salva da Armada Espanhola

O Rei Filipe II, da Espanha, tentou conquistar a Inglaterra no século 16. Muitos ingleses viram como milagrosas as tempestades extraordinárias que deram o golpe final na Armada Espanhola. Estas tempestades foram mais tarde chamadas de “vento protestante”, sugerindo que a mão de Deus favoreceu os protestantes ingleses na batalha com os espanhóis católicos.

"Derrota da Armada Espanhola", 1796, por Philip James de Loutherbourg (Domínio público)
“Derrota da Armada Espanhola”, 1796, por Philip James de Loutherbourg (Domínio público)

Os espanhóis estavam mal preparados para combater a forte frota inglesa, por isso as tempestades não foram o único fator decisivo no confronto. Entretanto, elas certamente atuaram em conjunto com outros fatores para expulsar os espanhóis. Todo drama envolvido nisso estimula um sentimento de intervenção divina.

Frustrando a conquista dos Persas

Em 492 a.C., a Grécia estava perto de ser esmagada pela grande força persa liderada pelo General Mardonius. As forças persas iam navegando perto do monte Athos, quando foram atingidos por um furacão que destruiu 300 navios, matando 20 mil homens, conforme relatado pelo historiador Herodotus.

Este evento não impediu a Pérsia de tentar conquistar a Grécia, apenas parou esta tentativa, que tinha mais chances de ter sucesso. Nas batalhas subsequentes, os gregos foram capazes de desencorajar os persas.

Do ponto de vista dos gregos antigos, o evento mostrou que o deus do mar Poseidon os estava protegendo. Ou mostrou que os persas eram arrogantes, e orgulho excessivo muitas vezes é punido pelos deuses, empurrando os culpados através de mares tempestuosos.

O mar nesta área era, de fato, favorável para furacões. No entanto, a horário deste furacão foi impecável e providencial.

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O clima afeta a crença do Império Mongol

Diz a lenda que Genghis Khan usava magia para influenciar o tempo e confundir seus inimigos com intensas tempestades.

No ano passado, foi publicado nos anais da Academia Nacional de Ciências um estudo que mostra como o clima favoreceu o conquistador mongol.

Retrato de Genghis Khan por um anônimo pintor da corte (Domínio Público / Wikimedia Commons)
Retrato de Genghis Khan por um anônimo pintor da corte (Domínio Público / Wikimedia Commons)

A ascensão de Khan coincidiu com um período de 15 anos de clima muito úmido e ameno, que a região não havia experimentado em mais de 1.100 anos. O período anterior, com seca extrema, pode ter desestimulado as conquistas. O período de umidade extrema criou pastagens férteis, perfeito para alimentar os cavalos mongóis e fortalecer as forças da Mongólia.

Porém, o tempo trabalhou contra o neto de Genghis, Kublai Khan, quando ele tentou conquistar o Japão em 29 de outubro de 1274. “Se não fosse por dois tufões, o Japão poderia ser parte da China de hoje”, escreveu Kerry Emanuel, professor de meteorologia no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em seu livro “Vento Divino: A História e a Ciência dos Furacões”.

“Com menos tropas e armas inferiores, os japoneses foram rapidamente empurrados de volta para a base”, escreveu Emanuel. Mas ao cair da noite, os pilotos dos navios coreanos no lado mongol sentiram uma tempestade se aproximando. Os japoneses esperavam um atraso na chegada de reforços; em vez disso, eles conseguiram uma tempestade que expulsou completamente os mongóis. Cerca de 13 mil homens morreram.