Estilo barroco de Laagland evoca Velhos Mestres – Parte 1

08/08/2014 11:35 Atualizado: 12/02/2015 13:28

GHENT, Bélgica – Para Laagland, o propósito da arte é principalmente para acariciar os sentidos, mas ele a chama de carícia de ordem superior. “Além disso, tem a capacidade de surpreender as pessoas, de forma semelhante a um acrobata”, diz, acrescentando que quanto mais familiarizado se está com as artes, mais profunda será a experiência.

Por outro lado, ele também reconheceu que a arte é a forma mais supérflua de expressão, mas é justamente esse excesso que obriga a sua ambição: “A arte simplesmente tem que ser excepcional para que tenha valor. Ela não tem qualquer utilidade prática na vida diária, mas pode encantar as pessoas”.

“Para mim, o crucial é como uma pintura é concebida, ao invés do como é pintada. Você pode escolher qualquer história ou qualquer assunto, mas o assunto não irá torná-lo uma grande peça de arte. É como você descreve o assunto que faz toda a diferença”, diz.

“Alguns podem imediatamente pensar em técnica quando eu falo sobre isso, mas é mais do que apenas técnica: envolve toda a configuração da composição, as várias tensões – que incluem o claro e escuro, o duro e suave, o movimento e quietude – e como são manifestadas”, continuou ele.

Laagland prefere não pintar a partir de fotografias: “A mais pura forma de pintura é a que não se auxilia na fotografia, mas que usa diretamente a natureza. Só então a conversão da realidade para a imagem é totalmente feita pelo homem e totalmente pessoal”.

É um ponto no qual Laagland é inflexível. A Grande Arte sempre carrega fortemente a personalidade do artista, embora aos olhos de Laagland, este é um subproduto positivo ao invés de um meio para um fim.

“Os Velhos Mestres não procuravam a expressão intencional das suas personalidades; no entanto seu trabalho é altamente pessoal. Evidencia o seu grande talento.”

O auge da pintura

Para Laagland, a pintura é a uma estrada sem fim de auto-aperfeiçoamento. “Na realidade é uma questão de níveis. E de elevar a si mesmo.”

Para ele, o barroco constitui o auge da pintura ocidental. “Até o final de 1800, os artistas estavam trabalhando de uma forma honesta em direção a um objetivo comum, mas não alcançaram o mesmo nível de um Rembrandt ou um Van Dyck ou Rubens”.

Um virtuoso, Laagland não é um pintor meticuloso. Seu pincel dança ao redor do painel (ele nunca usa tela), aparentemente de forma aleatória. Apenas quando você começa a se interrogar sobre o que ele poderá estar fazendo com umas poucas pinceladas, um copo, uma pera, ou qualquer objeto ganha vida, com grande beleza materializando-se pelas pinceladas de tinta.

Laagland gentilmente explica: “Quando você organizar uma composição, você tem que ver a beleza. Uma vez que você já viu essa imagem, você se agarra a ela e procura uma maneira de trabalhar para chegar a ela”.

Parece que só pode ser feito com magia. Visto através dos olhos de Hans Laagland, o mundo é de fato uma joia.

Registre-se para visitar o atelier de Laagland exclusivamente pelo site: www.hanslaagland.com

Wim Van Aalst tem um mestrado em publicidade e design gráfico. Pintor autodidata, começou a trabalhar como artista profissional em 2008 e ensinar os alunos técnicas tradicionais de pintura a óleo e teorias de arte.