Os Estados Unidos liberaram ajuda financeira de US$ 572 milhões ao Egito, anunciaram ontem (22) autoridades norte-americanas em uma visita surpresa do secretário de Estado, Jonh Kerry, ao Cairo. Trata-se da primeira visita de uma alta autoridade norte-americana depois da posse do presidente Abdel Fattah al-Sissi, o ex-chefe do Exército que destituiu o presidente Mohammed Mursi em julho do ano passado.
A ajuda financeira foi desbloqueada há cerca de duas semanas, com o sinal verde dado pelo Congresso dos Estados Unidos. O montante representa uma parte substancial da ajuda norte-americana a seu aliado – US$ 1,5 bilhão, incluindo US$ 1,3 bilhão em ajuda militar – que estava congelada desde outubro, condicionada à implementação de reformas democráticas no país.
Jonh Kerry terá um encontro com o chefe de Estado egípcio, que prestou juramento há duas semanas, a quem deverá transmitir as reservas de Washington sobre a repressão e as táticas de governo, que, segundo dos Estados Unidos, dividem a sociedade egípcia. Kerry afirmou que a transição de poder no Egito atravessa “um momento crítico”.
A viagem ocorre um dia depois da confirmação de 183 condenações à morte por um tribunal egípcio, incluindo a do líder da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie. Durante a visita ao Cairo, prevista para durar algumas horas, Kerry se encontrará também com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sameh Shoukri, antigo embaixador egípcio em Washington.
O secretário de Estado inicia no Cairo um périplo pelo Oriente Médio e pela Europa, a fim de debater com os aliados dos Estados Unidos a situação no Iraque e a necessidade de formar um governo de unidade no país, onde extremistas islâmicos continuam a ganhar terreno. Depois do Cairo, John Kerry viaja para Amã para encontros com o secretário de Estado da Jordânia, Naser Yudeh.