Nos últimos meses o Estado Islâmico (EI) lançou terror no Iraque e na Síria, forçando milhões de pessoas a deixarem suas casas e matando outras milhares, principalmente membros de minorias religiosas como cristãos e yazidis.
Para tentar entender como funciona o núcleo de muçulmanos jihadistas que formaram o EI, o jornalista e escritor alemão Juergen Todenhoefer teve autorização para se aproximar e conversar com membros e até prisioneiros do grupo.
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Nessa experiência, Todenhoefer conseguiu perceber o poder de influência que o grupo possui ao recrutar pessoas em diversas partes do mundo e principalmente por sua força nuclear.
Diante do que viu, o jornalista alemão afirmou: “os jihadistas vão preparar a maior campanha de limpeza religiosa que o mundo já assistiu”. A declaração serviu para alertar as lideranças internacionais que tentam, ainda sem êxito, combater o grupo de extremistas.
“O Estado Islâmico é apenas 1% do movimento islâmico no mundo. Mas este 1% tem o poder de um tsunami nuclear. É incrível”, disse o jornalista durante uma entrevista à CNN.
Nesta viagem ao califado o escritor alemão esteve nas cidades de Raqqa, Deir, Ezzor e Mosul e conseguiu perceber o perfil dos soldados do EI, dizendo que muitos possuem diplomas universitários e que deixam as ofertas de trabalho de lado para lutarem pela causa dos jihadistas.
“Uma das pessoas que conheci tinha acabado um curso de direito, tinha boas ofertas de emprego, mas decidiu recusá-las para ir lutar”, conta. Pelas contas do jornalista, cerca de 50 novos voluntários chegam todos os dias para lutar do lado do EI, incluindo crianças.
A guerra, segundo um soldado que aceitou falar com Juergen, acontece em nome de Alá. “Nós lutamos por Alá, eles [inimigos do EI] lutam por dinheiro e outras coisas em que não acreditam realmente”, disse a fonte.
Um jihadista alemão, que teve autorização para falar em nome do EI, adiantou que o plano do grupo é sair do Oriente Médio e atingir a Europa e os Estados Unidos.
“Vamos conquistar a Europa um dia. Não é uma dúvida, vai acontecer. Para nós não existe a noção de fronteira, apenas linhas da frente. Mataremos 150 milhões, 200 milhões ou 500 milhões. Não queremos saber do número”, adiantou.