Estado Islâmico já conta com 100 mil militantes, segundo serviço secreto iraquiano

28/08/2014 09:07 Atualizado: 28/08/2014 09:07

Contrariando as contas apresentadas por governos e analistas estrangeiros que contam entre 20 mil e 50 mil militantes no Estado Islâmico (EI), o grupo já possui aproximadamente 100 mil membros espalhados pela região do Iraque e do antigo Levante, atual Síria. A informação foi passada ontem por Hisham al-Hashimi, conselheiro dos serviços secretos iraquianos que tem acompanhado a progressão do grupo extremista nos últimos anos. Al-Hashimi diz que o grupo “não surgiu do nada” e que é antes uma agregação de variados grupos islamitas. “O Estado Islâmico não surgiu do nada. [A organização] é uma extensão de outros grupos que existiram antes, tanto histórica como ideologicamente”, disse ao site norte-americano Mashable.

Com a tomada em junho da cidade iraquiana de Mossul, de maioria sunita, num país cuja política tem sido dominada pelo ramo xiita do Islã, o grupo ganhou acesso a milhares de recrutas potenciais, entre eles muitos ex-oficiais do regime de Saddam Hussein que se opõem ao governo de maioria xiita liderado por Nouri al-Maliki, primeiro-ministro caído em desgraça que aceitou demitir-se há um mês perante os avanços no país da “pior ameaça” ao mundo moderno.

Segundo Al-Hishami, os que não quiseram juntar-se às fileiras do EI foram forçados a fazê-lo, muitos deles crianças, fazendo com que o número de militantes disparasse para 100 mil, os quais estão bem posicionados entre a Síria e o Iraque e com pretensões de avançarem ainda mais na sua tentativa de impor um califado na região sob uma dura e arcaica interpretação da xaria, a lei islâmica.

“A maioria daqueles que se juntaram [ao EI por iniciativa própria] – que eu conheço pessoalmente – ou são ex-membros das tropas [de Saddam] ou são seus filhos”, diz ao mesmo site Salem Aljomaily, outro especialista iraquiano que já pertenceu à força secreta do país.

Ibrahim al-Sumaidei, um terceiro analista dos movimentos islamitas no Iraque, dá razão a Al-Hashimi e diz que o futuro que espera o país e o mundo não é brilhante. “Os membros do Estado Islâmico”, defende, “multiplicaram-se de uma forma muito perigosa. Dado que têm muitas armas [parte das quais confiscadas às tropas americanas no terreno durante a guerra de dez anos no Iraque ] e financiamento, o EI está engolindo outros grupos rebeldes sunitas.” O grupo, que ganha força através da sua descentralização e que está agora avançando para a Turquia, vai buscar esses fundos no controle do tráfico ilícito de petróleo e outras atividades financeiras na região.

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Editado pelo Epoch Times