Esquerda americana está criando o ambiente para eleger Hillary em 2016

14/04/2014 08:00 Atualizado: 13/04/2014 20:30

A esquerda quer eleger Hillary Clinton em 2016. Não por coincidência, de uma hora para outra o assunto na imprensa americana, uma espécie de departamento de marketing do Partido Democrata (com honrosas exceções), além dos talk-shows e da militância virtual, é a “discriminação contra mulheres”.

A foto do post, de terça (08/04), mostra Barack Obama cercado de mulheres, como manda o manual populista, assinando um decreto para “dificultar que empregadores paguem mais a homens do que mulheres na mesma função”. A tática é manjada, mas sempre dá certo:

1) A esquerda inventa uma pauta que divide a sociedade, balcanizando a população em grupos e jogando uns contra os outros, estimulando ou criando ressentimentos, ódios e conflitos.

2) Criam uma lei ou regulações cheios de pegadinhas cercadas de boas intenções.

3) A imprensa só fala das boas intenções e esconde as pegadinhas, como manda o governo.

4) A oposição se coloca contra e derruba a lei por conta das pegadinhas inaceitáveis e que o governo coloca lá exatamente para isso.

5) O governo sai cantando que tentou proteger a minoria da vez mas a oposição fascista, homofóbica, racista, sexista e elitista derrubou a lei por ser contra as mulheres, gays, negros, pobres, jovens, imigrantes ilegais, tanto faz. É uma canalhice, mas quem disse que canalhice não pode render votos se cercada de boas intenções e com o apoio da imprensa?

Por conta dessa estratégia, nos últimos dias os EUA foram tomados por uma avassaladora campanha contra uma alegada discriminação contra mulheres no trabalho, o que é uma mentira demonstrável mas que em nada muda a disposição de se empurrar a agenda e criar um clima favorável para a “primeira presidente mulher” depois do “primeiro presidente negro”.

Num mundo em que mulheres são condenadas ao apedrejamento depois de estupradas, que são impedidas de estudar, votar ou andar sozinhas na rua ou que sofrem mutilações genitais, em que meninas são mortas no nascimento apenas por serem meninas, a esquerda quer que você acredite que o problema das mulheres no mundo está na maneira como a sociedade americana as trata. E a solução, claro, é eleger uma mulher presidente para lutar contra esses preconceitos.

A esquerda americana está, entendam isso, DOIS ANOS ANTES da eleição, já pautando a imprensa, as universidades e as celebridades, criando o clima propício para que o desastre do governo Obama não seja sequer discutido e que o único assunto da eleição seja o “momento histórico”, artificialmente criado por eles mesmos, de eleger uma mulher como presidente.

Alguém vai se espantar se, de uma hora para outra, os filmes de Hollywood e séries de TV começarem a mostrar mulheres como presidentes dos EUA? Mas é tudo ficção, claro, assim como David Palmer, o presidente negro de “24 horas”, ou Jamie Foxx, o presidente negro atacado por paramilitares em “White House Down” do ano passado.

A política é para profissionais e os profissionais estão vencendo, tanto aqui como lá.

Veja no vídeo deste post como Thomas Sowell acaba com a falácia do “Race and Gender Gaps” num debate mediado pelo grande William F. Buckley Jr.

 

Alexandre Borges é publicitário premiado, com passagens em grandes agências de publicidade do país. Foi apresentador e comentarista político na Ideal TV (Editora Abril) e escreve sobre política brasileira e americana em diversas publicações e blogs

Esse conteúdo foi originalmente publicado em Reaçonaria