Atividades recentes de espiões chineses atuando como jornalistas atraíram a atenção da Agência de Inteligência Sul-coreana. Uma fonte local revelou que Gu Jinjun, o correspondente do Diário Econômico da China em Seul, é suspeito de espionagem.
A fonte, que pediu para permanecer anônima, disse ao Epoch Times, “Há redes de espiões chineses na Coreia, mais do que a maioria das pessoas imagina. Eles infiltraram as áreas política, econômica, social e cultural da Coreia e, então, tentam estabelecer conexões com pessoas influentes e roubar informação através de relações de amizade.”
Embora listado como um correspondente, Gu Jinjun nunca publicou nenhuma entrevista séria com empresários ou economistas nos últimos anos, apenas alguns relatos na forma de pequenos excertos.
A fonte diz que as redes de espionagem chinesas são controladas pelo Departamento de Investigação Central do Ministério da Segurança de Estado. Desde sua criação em 1980, esta agência já enviou espiões disfarçados de jornalistas e repórteres ao mundo todo para coletar inteligência.
Espiões chineses disfarçados de jornalistas não são incomuns, já que podem coletar informações valiosas sob o pretexto de estarem reportando. Sobre espiões chineses, Jim Dugan, um ex-agente de contrainteligência, disse ao The Examiner, “Há espiões de muitas formas diferentes, os jornalistas e repórteres são apenas uma forma […] Eles podem fazer perguntas inócuas soando às vezes inofensivas na superfície, mas que podem revelar algo que poderia ser usado depois para fazer uma inferência.”
Após Massacre da Praça da Paz Celestial (Tiananmen) em 4 de junho de 1989, Jia Chunwang, o então ministro da Segurança de Estado, disse a Gao Di, chefe do Diário do Povo, que o departamento internacional precisava aumentar a parcela de agentes de segurança sendo enviada ao exterior, recordou a fonte.
Gao concordou imediatamente e, a partir de então, o Diário do Povo se tornou o “centro de treinamento de espiões expatriados”. Esta notícia foi amplamente divulgada nos círculos da mídia chinesa.
Várias dessas tentativas de espionagem vieram à luz. Em setembro do ano passado, o caso amoroso entre Bob Dechert, um membro conservador do parlamento canadense e secretário do ministro das Relações Exteriores, e Shi Rong, a chefe correspondente do Xinhua China News em Toronto, foi exposto.
Armadilhas de mel, também chamadas de potes de mel, normalmente envolvem atrair um alvo com sexo e, em seguida, chantageá-lo ou usar o relacionamento para obter informações; essas são estratégias comuns usadas por espiões.
O ‘Globe and Mail’ do Canadá reportou que o Partido Comunista Chinês (PCC) tem estado ativo na coleta de informações no exterior. Richard Fadden, o diretor do Serviço de Inteligência e Segurança Canadense (CSIS), advertiu publicamente sobre espiões do PCC explorando políticos canadenses em 2010.
O escritório de Gu em Seul está localizado num complexo residencial chamado ‘Apartamentos Afortunados’. A segurança é alta e os visitantes não podem entrar livremente. Não havia sinais do Diário Econômico na entrada do apartamento. Essas circunstâncias são significativamente diferentes das da maioria das mídias estrangeiras em Seul. Segundo a fonte, este complexo de apartamentos é o local de encontro para funcionários diplomáticos chineses e oficiais da inteligência chinesa.
O espaçoso apartamento tem três quartos: dois contêm redes de computadores e mesas e o outro é o banheiro. Quando o “escritório” foi visitado num dia de semana não havia ninguém trabalhando lá, exceto um guarda que confirmou que Gu não vem trabalhar todos os dias.
Em 16 de julho de 2011, uma manifestação foi realizada pela Associação do Falun Dafa coreana na frente da sede do governo municipal de Seul para condenar a repressão do PCC ao Falun Gong na China. Sem autorização prévia, Gu começou a tirar fotos da manifestação e pediu para ver o calendário de eventos.
Embora ele apareça cada vez que praticantes do Falun Gong realizam de eventos, tire fotos e faça entrevistas, as pessoas que praticam o Falun Gong na Coreia do Sul dizem que nunca viram reportagens publicadas por ele sobre os eventos. O Falun Gong tem sido perseguido pelo regime chinês desde 1999.
Praticantes do Falun Gong têm sido o principal alvo de espiões chineses. Depois de desertar do consulado chinês em Sidney na Austrália em 2005, Chen Yonglin revelou a amplitude dos esforços do PCC para espionar grupos dissidentes e os documentos apresentados para provar suas alegações. Ele disse ao Epoch Times em junho de 2007 que o objetivo do PCC é desacreditar cinco grupos principais. Estes incluem os exilados tibetanos, taiwaneses, uigures muçulmanos e ativistas da democracia, mas o Falun Gong está no topo da lista.
Segundo o coordenador da Associação do Falun Gong coreana, Gu, muitas vezes vem ao local do evento uma hora antes do início e tira fotos de praticantes do Falun Gong que se preparam.
O porta-voz da associação disse que a Associação do Falun Dafa é uma organização oficialmente registrada na Coreia e quando espiões chineses interferem com as atividades do grupo é uma violação dos seus direitos legítimos. O porta-voz disse que, para manter a dignidade do direito e da soberania nacional, o governo coreano deve deportar esses espiões.