Especialistas soaram mais avisos sobre as estatísticas econômicas oficiais da China na semana passada. O economista Larry Lang preparou um gráfico mostrando que os números oficiais eram algumas vezes duas ou três vezes maiores do que as estimativas dos peritos.
Lang disse num artigo de blogue que muitos governos locais exigem que as empresas apresentem números inflados de investimentos, vendas e lucros para o Departamento Nacional de Estatísticas. Ele comparou os números de um fabricante de ‘tela de toque’ como exemplo. Especialistas calcularam cerca de 50 milhões de yuanes (7,82 milhões de dólares) em investimentos. O website da cidade apresentou investimentos do fabricante de quase 120 milhões de yuanes (18,78 milhões de dólares). Em seguida, o relatório anual da empresa teve um número ainda maior de mais de 180 milhões de yuanes (28,16 milhões de dólares).
O Produto Interno Bruto (PIB) da China tem diminuído, portanto, estatísticas infladas mascaram o declínio, relatou Lang no artigo. Inconsistências também podem ser encontradas no PIB informado pelos governos locais e pelo governo central da China.
Por exemplo, em 2010 a soma do PIB de todas as províncias superou a relatada pelo governo central em 3,2 trilhões de yuanes (500,7 bilhões de dólares). Em 2011, a soma do PIB de 31 províncias superou os números divulgados pelo governo central em 4,6 trilhões de yuanes (719,76 bilhões de dólares). No primeiro trimestre de 2012, o governo central disse que o PIB da China deveria ser de 10,8 trilhões de yuanes (1,69 trilhões de dólares). Mas algumas mídias reuniram o PIB local relatado e chegaram a 11.28 trilhões de yuanes (1,765 trilhões de dólares). Esta é uma discrepância de 480 bilhões de yuanes (75 bilhões de dólares).
Frank Xie, um professor da Universidade Aiken da Carolina do Sul, disse à NTDTV que o fato de que as empresas chinesas mantêm dois conjuntos de livros é um segredo aberto. “Muitas empresas estrangeiras que fazem negócios na China têm de fazer o mesmo também. Um livro é para uso interno da empresa, enquanto o outro é para fins fiscais e para relatórios do governo central”, disse Xie.
He Qinglian, uma economista e escritora chinesa que vive nos EUA, escreveu num artigo para a Voz da América que o Partido Comunista Chinês (PCC) começou a manter dois conjuntos de livros durante a era Mao, com um conjunto de livros usado para enganar o público. O Departamento Nacional de Estatística prosseguiu a mesma tradição, produzindo dois conjuntos de estatísticas, um para o público e o outro para uso interno.
Tais falsificações são parte integrante da cultura do PCC, segundo a Sra. He, “A fabricação de estatísticas é uma característica inata do PCC e parte integrante de sua cultura. O governo central precisa mentir para conquistar o coração das pessoas e oficiais do PCC precisam mentir para ostentarem seus desempenhos.”